Aliado aposta em permanência de Lissauer mesmo sem aval de Caiado
Presidente da Assembleia construiu apoios importantes, mas ligados ao governador
O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) Lissauer Vieira (PSD) não deve deixar a base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), mesmo não sendo escolhido como pré-candidato ao Senado como nome único na chapa. Segundo aliados, migrar para um grupo opositor faria com que ele perdesse apoios importantes para sua pré-candidatura, como parte dos deputados estaduais que já o endossaram – Francisco Oliveira (União Brasil), Amauri Ribeiro (União Brasil), Virmondes Cruvinel (União Brasil) e outros ligados ao mandatário do Estado.
Dito isto, o caminho mais provável é que o presidente da Assembleia dispute o pleito como candidato isolado, o que ele sempre foi contrário. O presidente estadual do PSD Vilmar Rocha esteve com Caiado recentemente e o governador teria deixado claro que as candidaturas serão isoladas, pois não pretende interferir nos partidos. A informação apurada é que o bom desempenho de delegado Waldir Soares (União Brasil) ao Senado impossibilita de barrá-lo. Já o presidente do PP Goiás Alexandre Baldy teria apenas comunicado ao gestor que disputaria a Casa Alta – nos bastidores, Baldy é visto como um dos pré-candidatos com melhor estrutura.
Assim, nem Lissauer e nem o senador Luiz do Carmo (PSC), que também defende a tese de nome único na base, seriam atendidos. No caso do presidente da Assembleia, ele não poderia, por exemplo, migrar para a chapa de Marconi Perillo (PSDB) por causa dos apoios – mesmo o tucano sendo amigo de longa data de Vilmar Rocha.
“Lissauer construiu apoios que podem ruir se ele for para outra coligação”, reforça uma fonte. “O PSD tem muito a oferecer. Se Marconi tiver estrutura política partidária para equilibrar o jogo…”, avalia a possibilidade.
Já em relação ao ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha, a informação é que o pré-candidato ofereceu a Lissauer a vice. O deputado federal e postulante ao Senado João Campos (Republicanos) também teria conversado com Vilmar e declarou que não abre mão da disputa à Casa Alta do Congresso. Ele também defende a composição com com o presidente da Alego na vice.
Lissauer estaria interessado somente na disputa ao Senado. Para ele, então, restaria a disputa ao Senado de forma isolada, o que não o agrada.
Em outra situação, se ele desistir da disputa ou mesmo migrar para outra pré-candidatura, o PSD, talvez, se visse com mais liberdade de negociação com Marconi ou Mendanha. As convenções seguem até 5 de agosto. Até lá as articulações continuam.
Não emplacou
É preciso pontuar, o nome de Lissauer ao Senado não emplacou nas pesquisas. Segundo o levantamento Goiás Pesquisas/Mais Goiás divulgado no domingo (24), o deputado estadual 4,87% das intenções de voto.
Ele ficou atrás de delegado Waldir, 20,34%; Wilder Morais (PL), 13,03%; Vanderlei Azevedo (PT), 8,65%; Alexandre Baldy (PP), 8,16%; e João Campos (Republicanos), 4,99%. Ficou à frente de Leonardo Rizzo (Novo), 4,51%; Luiz do Carmo, 2,8%; e Eduardo Rodovalho (Pros), 1,34%.
O instituto ouviu 821 eleitores de 19 a 20 de julho. A margem de erro é de 3,42 pontos percentuais para mais ou para menos com intervalo de confiança de 95%. Os números de inscrição são Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob os números BR-08126/2022 GO-00832/2022.