Lula vai a Manaus e diz que pretende buscar acordo com Câmara dos Deputados para acabar com “orçamento secreto”
Em outra parte da entrevista, Lula criticou, novamente, o teto de gastos que limita as despesas da União à inflação do ano anterior
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência da República, compareceu em Manaus para dar início à agenda de sua campanha na capital, nesta quarta-feira (31/8). Ao final da manhã, Lula visitou uma fábrica de motos.
O político, acompanhado de aliados, não falou com a imprensa que estava presente no local, mas cumprimentou apoiadores e trabalhadores. Em uma entrevista a uma rádio local, o ex-presidente repetiu sua promessa de manter o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil.
O valor original do programa, de R$ 400, foi alterado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) às vésperas das eleições para R$ 600, com aval do Congresso Nacional. No entanto, o valor da quantia acaba em dezembro deste ano.
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Acordo com a Câmara dos Deputados
O candidato ainda disse que irá buscar um acordo com a Câmara dos Deputados para por fim no chamado “orçamento secreto”. O “orçamento secreto” é o nome dado às emendas de relator, cuja transparência é questionada tanto no Supremo Tribunal Federal (STF), quanto no Tribunal de Contas da União.
Em outra parte da entrevista, Lula criticou, novamente, o teto de gastos que limita as despesas da União à inflação do ano anterior. A emenda, que foi promulgada em 2016, está em vigor desde 2017.
Para mudar a regra, o candidato do PT teria que enviar uma proposta ao Congresso Nacional, o qual poderia aprová-la ou rejeitá-la.
“Não precisamos do teto de gastos. O teto de gastos, quem define é a necessidade do povo brasileiro. E eu não acho que tudo seja gasto. Quando tenho que investir na educação, não é gasto, é investimento. Quando tenho que investir na saúde, não é gasto, é investimento. Quando tenho que investir na geração de emprego, não é gasto, é investimento. É preciso mudar o discurso”, disse Lula.