Agronegócio goiano cresce na geração de postos de trabalho
No país houve um aumento de 4,6% de ocupação do setor, esse número representa 839 mil pessoas a mais em comparação com o mesmo período de 2021
Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (Usp) apontam que no segundo trimestre deste ano que mais de 19 milhões de pessoas trabalham no ramo do agronegócio. A pesquisa destaca ainda um aumento de 4,6% de ocupação do setor, esse número representa 839 mil pessoas em comparação com o mesmo período de 2021.
Esse número é o maior em um segundo trimestre desde 2015. A pesquisadora do Cepea, Nicole Rennó Castro justificou o aumento de empregos no ramo. “Esse bom resultado que o nosso acompanhamento tem identificado para o mercado de trabalho do agronegócio reflete um processo gradual que ainda está em curso de recuperação dos empregos, e também a conjuntura favorável que o setor tem vivenciado aí nos últimos poucos anos”.
Setor goiano
Em Goiás, entre os anos de 2020 a 2022 houve um crescimento de 27% em postos de trabalho no agronegócio, conforme afirma a Gestora de Recursos Humanos da empresa de venda de maquinários agrícolas, Kênia Fonseca Silveira. Segundo ela, as áreas que mais tiveram aumento foram as comerciais e técnico operacionais. As administrativas, chamadas de backoffice, cresceram de acordo com a operação. Embora a geração de empregos tenha aumentado, ainda é desafiador achar mão de obra qualificada.
“A natureza do nosso negócio, o agro, já demanda muitos cargos com especificidades características, e no momento ainda temos que lidar com o efeito pós pandemia, onde as pessoas estão mais ansiosas e deprimidas. É uma reação em cadeia, na qual as pessoas preferem atividades com ofereçam mais qualidade de vida . E preferem locais de trabalho que não tenham que trabalhar no final de semana, por exemplo . Mas o agro não para, dependemos do clima , da economia que são fatores que não temos controle”, salienta.
Para entrar no mercado do agronegócio, algo que é essencial, segundo Kênia, é se identificar com o ramo. Ela afirma que a pessoa deve ser curiosa e gostar de aprender e reaprender o tempo todo e que ter adaptabilidade, flexibilidade e criatividade são muito demandados das pessoas que trabalham nesse meio.
“Temos que estar preparados para atuar fortemente nos momentos de oportunidade, como foi agora nesses últimos dois anos. E gostar de colocar a “mão na massa” e trabalhar muito . Estar disponível e ter disponibilidade para atender o cliente e ter intrinsecamente o valor de “entregar o que prometeu “, e afinidade e interesse pela tecnologia.”
A tecnologia veio como aliado no meio de agronegócio e não como um inimigo que diminui trabalhadores humanos. Contudo, é necessário ter um conhecimento voltado para a tecnologia para conseguir se manter no mercado que está se modernizando cada dia mais.
Segundo Silveira, existe a necessidade de capacitação de pessoas, pois não estão investindo em suas formações conciliando com o avanço da tecnologia e análise de dados empresariais. Ela explica que nessa etapa os Soft Skills – usados por profissionais de recursos humanos para definir habilidades – estão cada vez mais sendo colocados em prova. Essa etapa faz parte do dia a dia visto que se trata de habilidades em lidar com objeções, diferenças de pensamento , habilidade para se fazer claro , para lidar com esse processo de automação. Lembrando que a tecnologia está bem inserida , ela vem para termos mais tempo para nos relacionar e melhorar os contatos. “Deixemos a tecnologia fazer o que fazem com muito mais agilidade e precisão em relação às pessoas”, declara.