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sábado, 23 de novembro de 2024
Quociente eleitoral

Siglas mais votadas devem ter dois eleitos na Câmara, diz cientista político

“Alguns têm potencial de fazer dois deputados. O União Brasil, dependendo de outras chapas, poderá fazer três, mas é muito difícil”, acredita Marcos Marinho

Postado em 14 de setembro de 2022 por Francisco Costa

Caso 2022 repita o quociente eleitoral de 2018 – o que não é provável –, uma cadeira na Câmara Federal “custará” 178,3 mil votos. Ao todo, a casa do Congresso tem 17 vagas destinadas aos deputados goianos – e são mais de 30 partidos políticos.

Para o cientista político e professor Marcos Marinho, dificilmente algum partido conseguirá chegar a três cadeiras. “Alguns têm potencial de fazer duas. O União Brasil, dependendo de outras chapas, poderá fazer três, mas é muito difícil.” Ele lembra que são poucas vagas “realmente abertas”, uma vez que muitos nomes à reeleição são fortes. “A dinâmica é complexa.”

Ele cita que Zacharias Calil (União Brasil) quase atingiu sozinho o quociente eleitoral em 2018, sendo o terceiro mais votado com 151,5 mil confirmações nas urnas. O parlamentar disputa a reeleição. 

“A montagem da chapa é 50% do êxito da campanha. Se o candidato escolhe um partido com chapa muito fraca corre o risco de não bater o quociente eleitoral. Mas se for um partido com muitos figurões existe a dificuldade em montar uma chapa para compor a média de quociente. É uma dinâmica complexa, precisa ter equilíbrio.” 

E continua: “Se a chapa é muito pesada, com três ou quatro pessoas já com mandato, já com propensões de serem reeleitos, isso deve ser conversado com os demais para que não ocorram desistências.” É preciso, ele aponta, que toda a chapa trabalhe coletivamente e individualmente. “Assim, quem tiver mais voto pega a cadeira.” Segundo ele, isso deve ser pensado um ano antes da eleição, pelo menos, para dar tempo do postulante se filiar em uma sigla com potencial.

Ainda sobre 2018, o campeão de votação – e que teve quase 100 mil votos a mais que o “custo” da cadeira –, foi o delegado Waldir Soares (União Brasil) com 274,4 mil confirmações. Atualmente, o deputado federal disputa vaga para o Senado, a única deste pleito. A segunda colocada naquele ano, mas que também não atingiu o quociente eleitoral, foi Flávia morais (PDT), com 169,7 mil votos. 

Análise

Em relação aos outros partidos que podem fazer duas cadeiras naquela casa do Congresso, Marinho acredita no PL, do presidente Bolsonaro, e no PT, do ex-presidente Lula. O PL atualmente já possui dois nomes na Câmara: Magda Mofatto e professor Alcides. Em 2018, eles tiveram, respectivamente, 88,8 mil e 88,5 mil. 

Em relação ao PT, Rubens Otoni foi o único eleito há quatro anos, com 83 mil votos. Ainda assim, o cientista político crê que ele se mantenha e acredita na ascensão da deputada estadual Adriana Accorsi, terceira colocada nas eleições para prefeitura de Goiânia em 2020. 

“Magda e Alcides eu penso que têm grandes de serem reeleitos. Eles trabalham bem a base deles durante todo o mandato. Não é um voto de disperso, eles concentram e fazem muita campanha. O Otoni tem a base consolidada e a Adriana vem forte, especialmente com o apoio do Lula.”

Nem todos disputam a reeleição

Dos 17 deputados federais por Goiás, quatro não concorrem à reeleição. Dentre eles, José Mário Schreiner (MDB) é o único que não disputa nenhum cargo. Ele cedeu as bases para a veadora de Rio Verde, Marussa Boldrin, que também faz parte do MDB.

Além dele, João Campos (Republicanos) e delegado Waldir optaram por disputar o Senado. Já o deputado federal major Vitor Hugo (PL) optou por disputar o governo de Goiás.

A composição atual da Câmara Federal tem os seguintes goianos: delegado Waldir, Flávia Morais, Zacharias Calil, Francisco Jr (PSD), João Campos, Glaustin da Fokus (PSC), José Mario, Madga Mofatto, professor Alcides, Lucas Vergílio (Solidariedade), Adriano do Baldy (PP), Elias Vaz (PSB), Célio Silveira (MDB), Alcides Rodrigues (Patriota), José Nelto (PP) e major Vitor Hugo.

Pesquisa

Levantamento divulgado no último sábado (10) do Goiás Pesquisas/Mais Goiás mostra o delegado Waldir com 18,57% das intenções de votos. O ex-senador Wilder Morais (PL) aparece em segundo, com 16,67%, enquanto o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), 16,48%. Depois deles: Alexandre Baldy (PP), 11,71%; João Campos, 6,1%; Leonardo Rizzo (Novo), 2,86%; Denise Carvalho (PCdoB), 2,57%; Vilmar Rocha (PSD), 2,57%; e Manu Jacob (PSOL), com 1,14%.

Já para o governo, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) lidera com 40,1%; Gustavo Mendanha (Patriota), 22,1%; major Vitor Hugo, 17,33%; e Wolmir Amado (PT), com 6,29%. Os demais: Reinaldo Pantaleão (UP), 1,81%; Edigar Diniz (Novo), 1,43%; Cíntia Dias (PSOL), 1,43%; professora Helga (PCB), 0,95%; e Vinícius Paixão (PCO), 0,29% – este último também teve o registro indeferido no TSE.

O levantamento ouviu 1.050 eleitores de 5 a 8 de setembro de 2022 e tem margem de erro de 3,02 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança é de 95%. Os registros no TSE são BR-00200/2022 e GO-04869/2022.

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