Feminicídio: suspeitos de matar e esconder corpos de mãe e filha vão a júri popular, em Goiânia
Mãe e filha foram mortas entre os dias 7 e 9 de julho deste ano, no Setor Jardim Liberdade
Dois homens acusados pelo assassinato de Jucilene Costa da Cunha, de 26 anos, e sua filha, de 10, foram mandados a júri popular na última segunda-feira (12/9), pela 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia.
Daniel Antônio de Carvalho, de 28 anos, era ex-marido de Jucilene e padrasto da menina. Ele teria matado a mulher em 7 de julho deste ano, no Setor Jardim Liberdade, em Goiânia. Daniel ainda teria estuprado a enteada e em seguida tirado sua vida. O segundo acusado, Alessandro Pereira Michel, de 35 anos, é suspeito de participar do crime ao ajudar na remoção dos corpos.
As vítimas foram encontradas já carbonizadas quase uma semana após os crimes, no dia 13 de julho, em uma estrada de terra às margens da BR-060, na zona rural de Guapó. Os réus estão presos desde então.
Conforme o inquérito policial, Jucilene era oriunda do Estado do Pará, e vivia em união estável com o denunciado Daniel há aproximadamente três anos, juntamente com suas filhas. Quando iniciaram a união, Jucilene já possuía três filhas. Na data dos fatos, a menina mais nova tinha quatro anos, outra filha de oito anos, e, a mais velha, vítima, de 10 anos.
Do relacionamento entre Daniel e Jucilene nasceu uma criança do sexo masculino. Essa relação, segundo a peça, estava conturbada, motivo pelo qual Jucilene Costa passou a se relacionar afetivamente com outro homem, tendo, com isso, o desejo de se separar. Porém, Daniel Antônio não aceitava o fim da relação.
Participação
Na noite do dia 12 para 13 de julho deste ano, após matar mãe e filha, o denunciado Daniel pediu a Alessandro que o ajudasse na remoção dos corpos da casa onde morava. Alessandro aceitou ajudá-lo, momento em que os dois colocaram os cadáveres em um carro emprestado pela irmã de Daniel e levaram para Guapó. Em seguida, abandonaram as vítimas corpos numa estrada de terra e iniciaram o fogo. No dia 13, os dois corpos foram encontrados.
Com esta notícia e somado ao fato do desaparecimento de mãe e filha, uma equipe de agentes da Polícia Civil de Goiás (PCGO) acompanhado de um delegado, foi ao endereço do acusado Daniel para buscar mais informações. Quando eles chegaram ao local e bateram no portão, identificando-se como policiais, o denunciado Daniel entrou em um veículo e tentou fugir, jogando-o na direção dos policiais, que quase foram atropelados.
Decisão
Para o juiz Jesseir Coelho, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia, a acusação apresentado possui conteúdo probatório suficiente para embasar a ação penal. “O inquérito está embasado em dados empíricos, narrando acontecimento que se amolda, em tese às coordenadas da figura típica esculpida no no artigo 121, §2º, incisos, III, V e VI, §2º-A, inciso I, e artigo 211, todos do Código Penal, em relação à vítima Jucilene Costa da Cunha”, afirmou.
Quanto ao pedido para ouvir as vítimas menores, o magistrado argumentou não ser necessária neste momento, haja vista que se encontram residindo em outro estado da Federação.
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