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sábado, 23 de novembro de 2024
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Saúde

Em Goiânia, 55 mulheres morreram por câncer no útero em 2021

Saúde diz que o estado não alcançou a meta mínima recomendada de 80% pelo MS.

Postado em 26 de setembro de 2022 por admin

O câncer ginecológico atinge mais de 30 mil brasileiras, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). O tumor de maior incidência é o de colo de útero, mas existem outros tipos de tumor que afligem mais mulheres. Ginecologista e obstetra , Fabia Lima Vilarino, explica que o Papilomavírus Humano quadrivalente-recombinante (HPV) pode ter relação com esse tipo de câncer. Ou seja, a melhor prevenção é por meio da vacinação dada às meninas ainda na fase da adolescência. 

Até o momento, a Secretaria de Estado da Saúde (Ses- GO) informa que o estado não alcançou a meta mínima recomendada de 80% pelo Ministério da Saúde para a vacina contra o HPV. Na capital, 8637 meninas entre 9 e 14 anos foram vacinadas em 2021. Mas, no que se refere a óbitos devido a câncer de colo de útero, foram 55 em 2021. Em 2020 foram 43 mulheres que perderam suas vidas, conforme informações da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). A maioria das vítimas são mulheres acima de 50 anos. 

Sobre a doença

A ginecologista esclarece que o HPV é um vírus que pode ser transmitido pelo contato direto de lesões. Tem vários subtipos e podem causar lesões na pele, outros causam lesões ou verrugas na mucosa da região íntima, boca, colo uterino e entre outros. Existem ainda subtipos do HPV que causam verrugas ginecológicas, os chamados condilomas; também os subtipos que causam lesões precursoras do câncer, que podem ou não levar ao tumor.

Fabia destaca que a principal forma de transmissão do HPV é por meio das relações sexuais, que segundo ela, pode ser perigoso mesmo com os cuidados básicos.  O HPV como fator de risco, normalmente, se manifesta no desenvolvimento de uma mancha ou ferida que não cicatriza.

“Quando sabemos que uma mulher tem HPV na região íntima é importante entender se é do HPV ou precursora do câncer. Se não tratar pode desencadear o câncer, sendo o de colo uterino o mais comum”. 

Vilarino esclarece ainda que o câncer ginecológico é toda neoplasia ou doença maligna que pode comprometer os órgãos ginecológicos e a pessoa pode desenvolver câncer de ovário, de útero, de vagina, vulva, trompas e vários outros. 

O diagnóstico de câncer no colo uterino é feito inicialmente por meio de uma citologia, declara a profissional. As células são coletadas do colo uterino e avaliadas no microscópio a fim de identificar alterações que podem sugerir uma lesão pré maligna ou alguma já maligna – é o exame conhecido como Papanicolau ou de prevenção. 

Nesse teste já é possível identificar se a pessoa tem uma predisposição maior para o problema. Mas, o resultado definitivo é feito por uma biópsia, então se o exame preventivo vem alterado é solicitado a retirada de um pedaço pequeno do colo uterino para avaliar mais profundamente essa alteração , segundo a ginecologista e obstetra. 

“Algumas conseguem fazer a descoberta bem precoce por meio dos exames de rotina e algumas quando não fazem avaliação periódica podem deixar essa lesão avançar. Ela demora um tempo para virar um tumor , mas pode avançar e causar dores e sangramentos. É importante os exames de rotina porque identifica a lesão quando ela ainda é microscópica e dá tempo para a mulher tratar antes que piore”.

O câncer ginecológico é comumente silencioso, mas em casos mais avançados da doença resulta em sangramentos vaginais , dor pélvica , dor na relação sexual e secreções diferentes de um corrimento do habitual. Outros sintomas e sinais que podem ser indicativos do câncer ginecológico são dor pélvica ou lombar constante, perda de apetite ou rápida sensação de saciedade, inchaço da barriga, perda de peso, podem ser indicativos da doença.

No que se refere ao tratamento, o posicionamento inicial é fazer uma cirurgia para a retirada da área alterada. “O primeiro tratamento é cirúrgico e em seguida precisa avaliar o risco das células cancerosas irem para a corrente linfática ou sanguínea e causar metástases à distância, ou seja, em partes do corpo como ossos e cérebro. Nesse caso a solução é a quimioterapia, às vezes uma radioterapia”.

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