STF rejeita suspender investigações sobre interferência da PF na prisão de Milton Ribeiro
O pedido foi apresentado à Corte pelos advogados de defesa de um dos delegados convocados para prestar depoimento
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmém Lúcia, negou a ação que pedia a suspensão de investigações sobre supostas interferências da cúpula da Polícia Federal na operação que resultou na prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.
O pedido foi apresentado à Corte pelos advogados de defesa de um dos delegados convocados para prestar depoimento.
O colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, revelou que Bruno Calandrini, responsável pelas investigações sobre supostos esquemas de corrupção no MEC, pediu ao STF a prisão de integrantes da cúpula da Polícia Federal. O pedido também está nas mãos da ministra Cármen Lúcia, que é a encarregada do inquérito sobre a corrupção no MEC.
Calandrini diz que seus superiores estariam impondo obstáculos ao bom andamento da investigação. Em mensagem enviada após a prisão do ex-ministro da Educação, ele afirmou não ter “autonomia investigativa para conduzir o inquérito deste caso com independência e segurança institucional”.
Um grampo, utilizado pelo Ministério Público Federal (MPF) com o intuito de apontar indícios de envolvimento do presidente Jair Bolsonaro (PL) e encaminhar para o STF parte da investigação sobre o escândalo no MEC mostra o ex-ministro contando a uma filha que “o presidente” lhe alertou sobre a possibilidade de uma operação de busca e apreensão.
“Hoje o presidente me ligou. Ele está com um pressentimento, novamente, de que podem querer atingi-lo através de mim”, disse Ribeiro a uma filha, no último dia 9 de junho. “Ele acha que podem querer fazer uma busca e apreensão em casa. É muito triste”, disse Milton.