Caciques ficam de fora e cedem cadeiras a novatos
Quem foram os derrotados e quem são os deputados que ocupam lugares de derrotados
Dos dez deputados estaduais que pleitearam a reeleição neste domingo, dez saíram derrotados nas urnas. Não se trata apenas do mandato, mas perderam o protagonismo em espaços importantes que o mandato lhes proporcionavam, principalmente em seus colégios eleitorais. Com a votação, restaram suplentes. A renovação é de 21 de 41 no parlamento.
É o caso do fim do ciclo de sete mandatos de Álvaro Guimarães (UB); do Cláudio Meirelles (PL) que frustrou a tentativa de chegar ao quinto mandato e a frustrada estratégia de Henrique Arantes (MDB) de ganhar mais destaque na Casa Legislativa, sendo cotado para ser o presidente.
Dos 41 parlamentares, nove tentaram a Câmara Federal, mas apenas três foram eleitos: Adriana Accorsi (PT), Lêda Borges (PSDB) e Jefferson Rodrigues (Republicanos). Além do trio vitorioso, nove nomes da Alego disputaram mandato de deputado federal: Alysson Lima (PSB), Delegado Humberto Teófilo (Patriota), Helio de Sousa (PSDB), Paulo Trabalho (PL), Rafael Gouveia (Republicanos) e Zé Carapô (Pros).
Por outro lado, o abre-alas eleitoral renovou a cara do legislativo goiano – mas nem tanto: alguns retornam ou já eram conhecidos pelo noticiário político por mandatos, principalmente em prefeituras, como o ex-prefeito de Vianópolis, Issy Quinan (MDB).
No rol de novatos de ex-prefeitos também aparecem Lineu Olímpio (MDB), que governou Jaraguá, e Alessandro Moreira, de Alvorada do Norte – ele é filho do deputado estadual Iso Nogueira, afastado após internação em consequência à Covid-19. Também tem um ex-candidato a prefeito, como André do Premium (Avante), que tentou se eleger em 2020 em Santo Antônio do Descoberto em 2020.
Cristóvão Tormin (Patriota) retorna à Alego depois de ter exercido o mandato entre 2010 e 2012, quando deixou a legislatura para ser empossado ao primeiro – de dois – mandatos na prefeitura de Luziânia, no Entorno do DF. Tormin enfrenta acusações de crimes sexuais, segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO).
Natural de Itumbiara, desde 2004 Gugu Nader (Agir) transita pelas urnas eletrônicas, quando elegeu-se vereador. Em 2018, ficou em segundo lugar na disputa à prefeitura que, com a vitória à Alego deste domingo, pode tentar novamente desbancar o atual prefeito e rival, Dione da Famóveis (UB), em 2024.
Em janeiro, Lincoln Tejota (UB) sai da cadeira de vice-governador e retorna à Alego com uma votação expressiva. Outro novato é Lucas do Vale, (MDB), filho do prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale. A eleição do jovem arrancou votos do deputado derrotado – que faz parte do grupo -, o empresário Chico KGL (UB). Uma fonte da cidade afirmou que Lucas pode ter herdado parte significativa dos votos do presidente da Alego, Lissauer Vieira (PSD), que não concorreu à reeleição.
Vivian Naves (PP), esposa do prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PP), ajuda na matemática da representação feminina, que dobrou neste pleito. Além da anapolina, outras três mulheres estreiam no mandato: Bia de Lima (PT), professora e sindicalista ; Zeli Fritsche (PRTB), vice-prefeita de Valparaíso; Rosangela Rezende, médica e filha do ex-deputado e ex-governador Agenor Rezende.
Na crônica da disputa há outra curiosidade. Dois primos, rivais políticos em Catalão, vão dividir o mesmo plenário: reeleito, Gustavo Sebba vai ter de conviver com Jamil Calife – eleito sob apoio do prefeito Adib Elias (MDB).
Para a Alego, Trindade escolheu um representante que ainda não havia se aventurado em um processo eleitoral: o fisioterapeuta Cristiano Galindo (Solidariedade). O novato foi apoiado pelo prefeito Marden Júnior (Patriota), que confiou a Galindo o gabinete de combate ao avanço da Covid-19 no município.
Em dois anos, a cara da oposição à gestão do prefeito Rogério Cruz foi o vereador Mauro Rubem (PT). O petista retorna à Alego (ele foi deputado entre 2002 e 2010) deixando para trás o legado de ter judicializado parte de ações administrativas de Cruz: do aumento do IPTU à tramitação do Plano Diretor, além da defesa do respeito ao piso salarial de diversas categorias do funcionalismo público municipal.
Outra novidade vem de Goianésia, como aposta do PSDB de Marconi Perillo, inclusive o único eleito da legenda: o médico José Machado. A ascensão do jovem, com isso, pode ter arrancado a predominância de Hélio de Sousa (PSDB), que saiu de cena no protagonismo na Casa Legislativa.
O Entorno do Distrito Federal (DF) elegeu à Alego o ex-deputado federal e pastor da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), Ricardo Quirino (Republicanos). Ele herdou os votos de Jeferson Rodrigues (Republicanos), divididos com a primeira-dama de Goiânia Thelma Cruz (Republicanos), que não foi eleita.
Ex-vice prefeito e ex-secretário de Aparecida, Veter Martins (Patriota) foi eleito com uma das mais expressivas votações ao cargo na cidade da região metropolitana da capital. Em visita à redação do jornal O Hoje nesta segunda-feira (3), o prefeito Vilmar Mariano comemorava a vitória do aliado. “Agora Aparecida tem um deputado”, disse, antes de comentar a derrota de outro aparecidense, Max Menezes, que, logo após deixar uma secretaria na gestão de Mariano, abandonou o barco de Mendanha e navegou pela onda caiadista. (Especial para O Hoje)