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sábado, 23 de novembro de 2024
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Câmara Municipal de Goiânia

Rogério Cruz caminha a passos largos rumo ao isolamento na Câmara

Nos bastidores da Casa de Leis, comentário é que os vereadores tendem a adotar um “novo tom” em relação ao Paço

Postado em 18 de outubro de 2022 por Felipe Cardoso

Ganha força, nos bastidores da Câmara Municipal de Goiânia, a informação de que o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), caminha a passos largos rumo ao isolamento. De acordo com fontes consultadas pelo jornal O HOJE, paira no ar uma insatisfação em relação ao tratamento dispensado por alguns auxiliares do prefeito. Mas não só: o não atendimento às demandas dos vereadores também têm causado uma espécie de “revolta coletiva”. 

Ainda que nenhum dos aliados do prefeito fale em on sobre o assunto — temem retaliação —, as expectativas em relação ao encontro desta terça-feira (18/10) são diversas. Há quem diga, inclusive, que os vereadores devem adotar um “novo tom” em relação ao Paço. Isso porque um movimento oposicionista já foi iniciado e tende a ganhar musculatura conforme percorre os corredores do Legislativo. 

Esse ‘descontentamento’, ao que tudo indica, tende a ampliar a cisão entre Paço e Câmara. A relação, que já não se encontra em seus melhores dias, tende a ser agravada caso a prefeitura insista em “ignorar” as reivindicações dos vereadores. Um aliado de Cruz ainda destaca que o grupo trabalha “no limite” da tolerância. 

Recentemente, vale lembrar, a prefeitura perdeu uma grande aliada. Trata-se da vereadora Luciula do Recanto (PSD). Depois de cobrar providências do prefeito em relação à pauta animal, Luciula teve todos os seus cargos comissionados indicados exonerados em uma única canetada do prefeito. 

Indignada com o que chamou de “retaliação”, não pensou duas vezes antes de passar para o time de oposição ao gestor que, segundo ela, agiu como um “ditador”. 

“Comigo não tem mais conversa. Agora o pau vai quebrar pois serei oposição ao prefeito. E ele vai ter a pior oposição da vida dele. Não apenas eu, mas toda a causa. Somos unidos e destemidos. O que ele fez não foi algo de um gestor capacitado que preza pelo diálogo. Pelo contrário, ele usou da arma mais baixa que existe e agiu como um ditador. Isso só provou a incapacidade dele de ter uma gestão inteligente”, disse à reportagem. 

Como se não bastasse, o prefeito ainda foi acusado de investir contra uma das principais lideranças da Casa: a tucana Aava Santiago. Em uma ação semelhante à adotada com Lucíula, a prefeitura pediu a ‘devolução’ de duas servidoras efetivas à disposição do gabinete da vereadora. Há anos, conforme lembrado à época pelo O HOJE, cada vereador tem direito a lotar dois servidores do Paço em seu gabinete na Câmara Municipal. 

Santiago, assim como Lucíula, foi procurada pelo O HOJE. Ao comentar o pedido de remanejamento das servidoras, disparou: “Nem o Paulo Garcia (PT) [ex-prefeito de Goiânia] que apanhou muito da Câmara teve esse tipo de comportamento. O prefeito deve estar descontente com a derrota da Thelma Cruz [esposa do gestor que perdeu a disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa no último domingo (2/10)]”. 

Outro insatisfeito é o vereador Ronilson Reis (Brasil 35). Em sessão na semana passada o vereador voltou a usar a tribuna para disparar contra a gestão encabeçada por Rogério Cruz. Em especial contra a titular da secretária de Relações Institucionais, Valéria Pettersen. Ao discursar, disparou ao líder do governo, Anselmo Pereira (MDB). 

“Quero saber o que foi feito das minhas emendas parlamentares, emendas impositivas que foram destinadas para reforma de postos de saúde e construção de uma base do SAMU [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] no Conjunto Vera Cruz”, questionou. 

Em seguida ele lembrou que o pagamento das emendas impositivas está previsto em lei e disse ao prefeito para que tome cuidado com seu descumprimento. “O senhor pode responder por improbidade administrativa”. Para finalizar, o vereador mandou um recado para a auxiliar de Cruz. “A senhora não vai me atrapalhar. A senhora não vai ficar sem atender meus telefonemas”, pontuou.

A prefeitura de Goiânia foi procurada pela reportagem, mas até a publicação deste material não respondeu aos questionamentos. 

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