“Discurso aventureiro”, diz nota do PL goiano ante a possibilidade de cassação de três deputados
Na contramão dos que afirmam que o partido descumpriu a cota de gênero, partido encabeçado por Major Vitor Hugo diz ter primado pela pela boa-fé, lealdade e transparência na formação da chapa
O Partido Liberal em Goiás, comandado pelo deputado federal Major Vitor Hugo, expediu, na tarde da última quarta-feira (19/10) um comunicado à imprensa no intuito de pôr panos quentes à história de que a sigla pode perder três de seus deputados estaduais eleitos no último dia 2 de outubro.
No texto, a sigla lembra que, por meio da força do presidente Jair Bolsonaro (PL), saiu de 143 mil votos, em 2018, — tinham apenas uma deputada federal —,para 2.132.000 votos em 2022, onde elegeu um senador, quatro deputados federais e três deputados estaduais.
Ao comentar os rumores que apontam para a cassação dos três políticos eleitos para a Assembleia Legislativa em função do suposto descumprimento da cota de gênero, a direção do partido associou a “narrativa” ao protagonismo conquistado. “Em decorrência dessa nova musculatura do Partido no Estado de Goiás e de sua relevância potencializada no cenário político goiano, surgem agora narrativas de que o partido não teria cumprido com a cota por sexo, o que não é verdade”.
Passo a passo
Em outro trecho, o presidente do grupo, Major Vitor Hugo, acrescenta: “durante a campanha, a Justiça Eleitoral decidiu, com trânsito em julgado, que o partido havia cumprido a proporção mínima legal entre candidatos e candidatas, isto é, cumpriu a cota e, por óbvio, a legislação”.
O documento também rememora que no dia 11 de setembro, um dia antes do prazo final de substituição de candidatura, transitou em julgado o indeferimento do registro da candidatura de duas candidatas à deputada estadual do PL pela Justiça Eleitoral.
“Diante disso, primando pela boa-fé, lealdade, transparência e segurança jurídica, a Comissão Executiva Estadual do PL em Goiás, atuando por delegação da Convenção Estadual, resolveu retirar 5 candidatos homens para readequar a cota por sexo”. E completou ressaltando que apesar da deliberação do partido, a Justiça Eleitoral decidiu por manter os cinco candidatos até então retirados.
“Portanto, a decisão do partido demonstrou obediência à legislação e, consequentemente, afastou qualquer eventual argumento de fraude, que é caracterizada quando há a intenção clara de burlar e descumprir a lei. Nesse contexto, o PL está seguro de que a chapa está mantida e de que o discurso de que a mesma será anulada é aventureiro, irresponsável e desprovido de fundamento técnico jurídico”, pontuou.
Rádio corredor
Nos bastidores da Assembleia Legislativa começaram a circular, na tarde da última terça-feira (18/10), comentários de que três deputados eleitos pelo PL poderiam não terminar empossados em fevereiro do ano que vem. Trata-se de Major Araújo, Delegado Eduardo Prado e Paulo Cesar Martins. Os rumores apontam que ambos podem ser impedidos pela Justiça Eleitoral por desobediência, por parte do partido, em relação ao cumprimento da cota de gênero. Vale lembrar que as siglas são obrigadas a manterem o percentual mínimo de 30% de candidaturas femininas em suas respectivas chapas.
Ainda ontem
Recentemente a Justiça decidiu manter a cassação dos mandatos dos vereadores Santana Gomes e Bruno Diniz. Eleitos pelo PRTB para um mandato de quatro anos na Câmara Municipal de Goiânia, os vereadores terminaram prejudicados em função do descumprimento à proporcionalidade por parte do partido político pelo qual disputaram as eleições de 2020.