“Já assinei o requerimento”, diz Major Vitor Hugo sobre CPI do Radiolão
Deputado federal Major Vitor Hugo acusa TSE de não respeitar paridade. Para ele, não inserção das peças publicitárias no rádio pode prejudicar reeleição do presidente Jair Bolsonaro
A cada hora, mais triunfalmente ao ter sido dada a largada à campanha eleitoral a 16 de agosto, um fato leva o brasileiro a uma enxurrada de informações e versões. A última da vez, em âmbito nacional, onde o candidato à reeleição, Jair Messias Bolsonaro (PL), num duelo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no segundo turno, se refere a suposta fraude em inserções do programa de 30 segundos do atual mandatário em rádios.
O caso já chegou ao Congresso Nacional. O deputado José Medeiros, do PL de Mato Grosso, sugeriu a criação da CPI Radiolão depois que a campanha de Bolsonaro sugeriu que centenas de inserções em rádios não foram feitas e chegou a pedir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que investigasse o caso. O órgão, no entanto, negou-se. O presidente Alexandre de Moraes acusou a campanha de Bolsonaro de tentar tumultuar o processo eleitoral.
Em Goiás, o deputado federal Major Vitor Hugo, que já foi líder do governo na Câmara dos Deputados, disse ao jornal O Hoje que apoia a CPI do Radiolão. “Já assinei o requerimento porque não tenho dúvidas de que a falta de inserções de programas eleitorais tem certamente uma consequência para o presidente”, disse ele.
O deputado que concorreu ao governo de Goiás – ele ficou em terceiro lugar com 14,81% dos votos – ainda afirmou que a campanha de Jair Bolsonaro teve 54 mil inserções de 30 segundos a menos do que o candidato petista.
“Com base em um print de um grupo de celular, [o TSE] foi atrás de empresários. Diante de todo um conjunto probatório [sobre a não inserção de programas de campanha] o Alexandre [de Moraes] determinou que se investigue a campanha do presidente. O interesse de equilíbrio deveria ser da Justiça Eleitoral. O prejuízo é imensurável”, disse, ainda, Major Vitor Hugo. Sobre as reações à possibilidade de derrota do atual presidente, o parlamentar é taxativo: “A gente não trabalha com hipótese de derrota. Vamos vencer as eleições”.
Três deputados protocolaram pedido de CPI na Câmara Federal para investigar as denúncias de supostas não inserções feitas pela campanha do presidente: a catarinense Caroline de Toni (PL) e mais os deputados José Medeiros (PL-MT) e Diego Garcia (Republicanos-PR).
A reclamação partiu do ministro das Comunicações, Fábio Faria, que apontou que o petista Lula da Silva beneficiou-se com 154.085 – o número diverge do afirmado por Vitor Hugo – inserções de rádio a mais do que a coligação de Bolsonaro. Por outro lado, as emissoras de rádio justificam, dizendo que não receberam propagandas do horário eleitoral da campanha de Bolsonaro.
No imbróglio, que figura entre um dos assuntos mais discutidos nas redes sociais e pela imprensa, um funcionário, que tem a responsabilidade de organizar os arquivos com material publicitário e disponibilizar os materiais para as emissoras de rádio e TV foi exonerado na quarta-feira (26). Para o órgão, não houve nenhuma ligação com o caso.
Alexandre de Moraes negou o pedido da campanha de suspensão das inserções de rádio do PT. Em efeito contrário, o ministro, que também preside o STF, determinou a apuração da campanha de Bolsonaro para tentar tumultuar o processo eleitoral.
Em um pronunciamento à imprensa na quarta-feira, o presidente reclamou da atuação do TSE disse ter “provas irrefutáveis da manipulação das inserções” e que o caso “não está encerrado”. Sobre o ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro disse: “ele é muito rápido para punir, investigar empresários e prender gente”.