Schmidt é cotada para Planejamento de Lula; secretária nega convite
Ao Jornal O Hoje, ela disse que ainda não houve convite, mas que se sente “lisonjeada” ante aos rumores
A secretária de Economia em Goiás, Cristiane Schmidt, é cotada para o Ministério do Planejamento de Lula (PT). A informação foi divulgada por Malu Gaspar, de O Globo, nesta segunda (12). Além dela, o petista também cogitaria outra economista, Esther Dweck.
Ao Jornal O Hoje, ela disse que ainda não houve convite. “Como diz Henrique Meirelles [ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central], sobre hipóteses não devemos falar”, brincou e reforçou: “Ainda não houve convite.”
A secretária, que conversou brevemente por telefone, estava prestes a embarcar. Desta forma, ela preferiu não alongar a conversa, apesar dos pedidos para comentar a possibilidade. “Vamos esperar para ver o que acontece”, declarou, bem-humorada.
Vale citar, Schmidt foi uma das grandes responsáveis por dar condições de governabilidade e equilíbrio para o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) ao longo dos últimos quatro anos. Ela é do time dos liberais e é mais próxima a Pérsio Arida e ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB).
Por vezes chamada de “forasteira” no início de 2019 — Schmidt é natural do Rio de Janeiro — muitos dos que à época, politicamente, a apelidaram dessa forma ‘queimaram a língua’. Hoje, as mesmas personalidades que a criticaram não poupam elogios ao trabalho da economista. Mudança que, vale lembrar, só se tornou possível pela competência.
Schmidt talvez tenha sido, inclusive, o maior acerto de Caiado no que diz respeito à escolha de seus auxiliares. É a secretária mais longeva da pasta e deve continuar quebrando o próprio recorde pelos próximos quatro anos.
O nome dela no primeiro escalão de Lula ganhou força após Arida, que ela admira, deixar de ser cotado para o Planejamento. O Ministério, vale citar, deve ficar somente com a função de orçamento e gestão federal. Isso inclui a administração de pessoal. Na prática, seria um parceiro da Fazenda.
Contas goianas
A carioca esteve no Jornal O Hoje no último dia 5. Na ocasião, explicou cada um dos pontos que pautou a vida econômica do Estado nos últimos anos, bem como tudo o que é esperado para os próximos quatro – isso, se continuar.
Em um comparativo em que explica como recebeu o Estado em 2019 e a situação atual, disparou: “Vou começar pelo resultado máximo. Somos hoje Capag-B. Isso quem diz são as contas da STN [Secretaria do Tesouro Nacional]. Isso quer dizer que foram feitas uma série de coisas para que a gente conseguisse chegar a um nível de risco inédito”.
A Capag é a capacidade de pagamento de um estado. O indicador vai de A a D. “Quando chegamos aqui, em 2019, nós éramos C, quase D. O governador tinha o 4º pior estado em situação fiscal do Brasil”. Piores do que nós tínhamos apenas Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul”, acrescentou.
A definição do resultado, vale lembrar, parte de uma análise de três grupos distintos. Um deles é a liquidez. Especificamente nele, Goiás figurava com o pior do Brasil à época. “Com o tempo e com as melhorias que criamos, fomos saindo dessa situação. Em 2020, costumo dizer que nós éramos um C mediano, já não estávamos próximos do D. Em 2021, um C próximo a B. E agora nós estamos num B próximo a A”, resumiu.
Ainda ao comentar as posições de Goiás no ranking, a secretária fez uma ressalva. Se não fosse, segundo ela, uma mudança recente nos critérios de avaliação da STN, Goiás estaria ainda mais próximo dos Estados com nota A. “Naquele indicador em que nós éramos os piores do Brasil [liquidez], por exemplo, hoje eu tenho nota A. Nos outros dois, eu tenho B, isso porque a metodologia mudou, se não em um deles eu também teria A. Mas tudo bem, a gente chega lá”, explicou, esperançosa, a economista.