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domingo, 24 de novembro de 2024
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Distribuição

Equatorial reacende esperança de acesso à boa energia

De saída do estado, Enel dá lugar à empresa que promete melhorias na prestação de serviço e robusto programa de investimentos

Postado em 21 de dezembro de 2022 por Felipe Cardoso

No início do mês de dezembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu fôlego ao — antigo — sonho goiano que passa pela boa distribuição de energia no estado. Isso porque o colegiado aprovou a transferência do serviço atualmente prestado pela Enel à Equatorial. A indignação com a qualidade da energia goiana nos últimos anos é algo latente. As queixas se agravam, especialmente, no período chuvoso. 

Passado o rito legal para que a Equatorial assuma o serviço em Goiás, a expectativa, agora, é que a transferência prática ocorra já no início de janeiro de 2023. A empresa em questão é uma holding brasileira. Ela figura como terceiro maior grupo de distribuição do país. 

A Equatorial foi fundada em 1999 e atualmente opera seis concessionárias, nos estados do Maranhão, Pará, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Sul e Amapá. Ao todo, cerca de 13 milhões de clientes são atendidos se somadas as regiões. 

Ao comentar o repasse do controle à empresa, o presidente do grupo Equatorial, Augusto Miranda, considerou que há pela frente um grande desafio, mas que o grupo possui experiência suficiente para encará-lo. “Estamos preparados para assumir o compromisso da melhoria da prestação de serviço para a sociedade tendo como foco um robusto programa de investimentos, a melhoria da qualidade dos serviços prestados aos consumidores, atendimento a demanda reprimida e busca de ganhos e eficiências”, elencou.

A Equatorial deve começar a operar em Goiás já no dia 1° de janeiro. A venda entre as companhias ocorreu em setembro deste ano. A compra foi realizada por R$ 1,6 bi. A venda foi a solução encontrada para sanar o desejo de substituição da Enel sem a necessidade de abertura de um processo para extinguir o contrato firmado com o Estado. 

A Equatorial, ao assumir essa posição, também se comprometeu a pagar os débitos deixados pela empresa. O montante equivale a R$ 5,7 bi. A Enel é acusada de não cumprir as metas, nem atender aos indicadores de qualidade. 

No ranking da Aneel, a Enel figura como a terceira pior na distribuição de energia elétrica do país. Em paralelo, a Equatorial no Pará ocupa a sétima posição entre as melhores distribuidoras, apesar das unidades do Maranhão e Rio Grande de Sul ocuparem as duas últimas posições.

No encontro de votação pela transferência do serviço, o diretor-relator da matéria, Hélvio Guerra, defendeu o direito à não extinção do contrato em caso de descumprimento nos três primeiros anos de gestão. O relator chamou atenção para a necessidade de adaptação da empresa. 

A Enel, atual concessionária, chegou a Goiás a partir da privatização da antiga Companhia Energética de Goiás (Celg), em 2017. O pagamento para compra da empresa foi de R$ 2,1 bi. Ao assumir a distribuição de energia em Goiás, os dirigentes da empresa prometeram reduzir as quedas de energia em 40%. O que, na prática, não aconteceu. 

“A Aneel agiu com responsabilidade, preservando o interesse do consumidor. Agora, o papel do Estado será acompanhar de perto essa transição, observando como a Equatorial vai se comportar e tentando apresentar as prioridades que temos, pois são muitas ações na área de energia que precisam de melhora”, disse o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, ao comentar a decisão no início deste mês. A Enel foi procurada para comentar a saída, mas não houve resposta até o fechamento da reportagem. 

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