Deputados derrotados ao Senado gastaram mais pós-eleição
Dois deputados federais, candidatos derrotados ao Senado em Goiás, fazem parte de uma listagem nem um pouco positiva à biografia política de cada um. A informação, publicada pelo jornalista Rodrigo Range, do Metrópoles, atinge Delegado Waldir, do União Brasil, e João Campos, do Republicanos. Os gastos, conforme a justificativa de ambos, foram para divulgação de […]
Dois deputados federais, candidatos derrotados ao Senado em Goiás, fazem parte de uma listagem nem um pouco positiva à biografia política de cada um. A informação, publicada pelo jornalista Rodrigo Range, do Metrópoles, atinge Delegado Waldir, do União Brasil, e João Campos, do Republicanos.
Os gastos, conforme a justificativa de ambos, foram para divulgação de atividade parlamentar depois do processo eleitoral, em outubro, quando foi frustrado pela vitória à única vaga ao Senado pelo empresário Wilder Morais, do Partido Liberal, partido do presidente Jair Messias Bolsonaro.
O recordista, Delegado Waldir, gastou, apenas em novembro, R$ 143,6 mil. O valor, segundo Rangel, foi nove vezes maior que a média mensal de 2022. O valor corresponde a 48,9% do total da despesa da cota do gabinete do deputado em Brasília.
Segundo o colunista, pelo menos R$ 142 mil do valor gasto foi direcionado à quitação de um contrato de divulgação da atividade parlamentar que criou um site para trazer à tona o serviço do parlamentar.
Em resposta, Delegado Waldir afirmou ao site que a página foi criada para que fossem colocadas “todas as emendas, todo o trabalho realizado durante esses oito anos de mandato”. Ainda segundo Delegado Waldir, a página não é “particular”, já que “Tem todas as minhas emendas, todos os meus oito anos de mandato resumidos neste site que foi criado”.
Delegado Waldir optou, após indiferença do governador reeleito Ronaldo Caiado (União Brasil), por candidatura avulsa. Deputado federal, normalmente mais bem votado em eleições anteriores, foi, de um dos principais aliados de Jair Bolsonaro a persona non grata após divergência no Partido Social Liberal, o PSL – que se fundiu com o DEM, se transformando no União Brasil.
Depois de romper com o núcleo duro do bolsonarismo, Waldir perdeu o posto em Goiás com a ida do empresário Wilder Morais à chapa do então candidato ao governo de Goiás, deputado Major Vitor Hugo, do Partido Liberal.
Outro deputado listado pelo colunista é Expedito Netto. O parlamentar gastou R$ 187,9 mil, dos quais R$ 169 mil foram para a divulgação de sua atividade parlamentar. A despesa do deputado em novembro foi quase sete vezes maior do que a média dos outros meses do ano.
Já o candidato derrotado ao Senado pelo Republicanos na chapa de Gustavo Mendanha (Patriota), o deputado João Campos gastou em novembro R$ 139 mil, quantia cinco vezes maior que sua média mensal de gastos em 2022.
O gasto também foi carimbado com o selo do argumento de divulgação parlamentar. De acordo com Rangel, foram quatro contratos, o maior deles com uma gráfica que produziu, segundo a nota fiscal obtida pelo colunista do Metrópoles, informativos de oito páginas sobre sua atuação como deputado.
João Campos também foi um parlamentar da base bolsonarista, com forte inserção nas igrejas evangélicas e muito próximo da ala ideológica do entorno do presidente derrotado para o petista Lula da Silva.