Anielle celebra condenação dos assassinos de Marielle; “Gosto de justiça”
Penas de 78 anos e 59 anos de prisão
Nesta quinta-feira (31), a condenação dos assassinos de Marielle Franco resultou na prisão de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz a penas de 78 anos e 59 anos de prisão, respectivamente. Anielle Franco, irmã da vereadora e ministra da Igualdade Racial, manifestou-se após o veredito, afirmando que o desfecho “começa a dar um gosto de justiça”. Ela frisou que a luta da família não termina com esta condenação e que continuarão a defender a memória de Marielle.
Condenação dos assassinos de Marielle
Anielle destacou a importância da segurança para todos. Para ela, a morte da irmã é um símbolo da violência enfrentada por negros e moradores de periferias. Segundo Anielle, “parar de normalizar corpos tombados” é um passo essencial para o país. Ela ainda ressaltou que o legado de Marielle é uma afirmação de que mulheres, negros e moradores de favelas, quando alcançam cargos de poder, merecem ser respeitados e permanecer neles.
A condenação também inclui o pagamento de indenização por danos morais, fixado em R$ 706 mil, que será destinado às famílias das vítimas: a esposa e o filho do motorista Anderson Gomes, além da filha, mãe e viúva de Marielle. A decisão judicial reafirma o direito das famílias à reparação pelo crime.
A juíza Lucia Glioche, responsável pela sentença no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, apontou que a condenação dos réus representa um recado claro. Segundo ela, a sentença não apenas responsabiliza os assassinos de Marielle, mas serve de aviso a outros criminosos. “Se dirige aos vários Ronnies e vários Élcios que existem na cidade do Rio de Janeiro”, afirmou a juíza ao proferir a decisão.
A investigação dos mandantes
Embora os executores tenham sido condenados, o caso ainda está em aberto para a Justiça brasileira. A suspeita é de que Domingos e Chiquinho Brazão, irmãos e figuras políticas influentes no Rio de Janeiro, estejam entre os mandantes do assassinato. Segundo o processo, eles pretendiam silenciar a vereadora para proteger interesses em loteamentos irregulares e cargos no Tribunal de Contas do Estado. Ambos negam envolvimento no crime.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda investiga outros envolvidos, incluindo dois policiais e um ex-chefe da Polícia Civil, acusados de colaborarem com o plano. A ação judicial que trata da participação dos mandantes tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).