Morre o produtor musical Quincy Jones
Foi Quincy Jones o responsável pela produção de alguns dos álbuns mais icônicos de Michael Jackson, como Off The Wall (1979), Thriller (1983) e Bad (1987)
Faleceu no último domingo (3) o icônico produtor musical Quincy Jones, amplamente reconhecido como um dos mais bem-sucedidos e influentes de todos os tempos. De acordo com seu assessor, Arnold Robinson, Jones morreu cercado pela família em sua casa em Bel Air, Los Angeles.
“Com os corações cheios, mas partidos, compartilhamos a notícia do falecimento de nosso pai e irmão, Quincy Jones. Apesar de esta ser uma perda imensa para nossa família, celebramos a vida extraordinária que ele viveu e sabemos que jamais haverá alguém como ele”, declarou a família em um comunicado oficial.
Jones colaborou com nomes lendários como Aretha Franklin, Ray Charles e Frank Sinatra e conquistou uma série de prêmios impressionantes ao longo de sua carreira, incluindo 28 Grammys, dois Oscars honorários e um Emmy.
Foi ele o responsável pela produção de alguns dos álbuns mais icônicos de Michael Jackson, como Off The Wall (1979), Thriller (1983) e Bad (1987), os primeiros discos da fase “Rei do Pop” de Jackson, após sua saída do grupo The Jackson Five. Thriller, lançado em 1983, vendeu mais de 20 milhões de cópias só no primeiro ano e até hoje está entre os álbuns mais vendidos da história. Segundo a Associated Press, Jones teve a ideia de convidar o ator Vincent Price para a narração da faixa-título e o guitarrista Eddie Van Halen para o solo de “Beat It”.
Em uma entrevista à Biblioteca do Congresso dos EUA em 2016, Jones comentou: “Se um álbum não vai bem, dizem que a culpa é do produtor. Então, se vai bem, deve ser ‘culpa’ dele também. As músicas não surgem de repente. O produtor precisa ter habilidade, experiência e visão para concretizar o projeto”.
Jones também esteve por trás da produção de “We Are The World” para o projeto USA for Africa em 1985, que reuniu várias estrelas da música em prol do combate à pobreza na África. Lionel Richie, coautor da canção ao lado de Michael Jackson, descreveu Jones como o “mestre orquestrador”.
A vida do produtor
Quincy Jones nasceu em Chicago e sempre mencionava os hinos religiosos que sua mãe, Sarah Frances, cantava como suas primeiras lembranças musicais. Aos sete anos, viu sua mãe ser internada após ser diagnosticada com esquizofrenia, o que, segundo ele, fez o mundo perder o sentido.
Ainda jovem, Jones chegou a se envolver com gangues de Chicago, até que encontrou um refúgio na música ao começar a tocar piano na casa de um vizinho. Com o tempo, passou a tocar trompete e estabeleceu uma amizade com o também jovem Ray Charles, outro talento em ascensão.
Na década de 1960, já com uma carreira bem-sucedida, Jones assumiu o cargo de vice-presidente da gravadora Mercury Records. Em 1971, fez história ao se tornar o primeiro diretor musical negro da cerimônia do Oscar.
“A música era a única coisa que eu podia controlar”, escreveu Jones em sua autobiografia. “Era o único mundo que me dava liberdade. Não precisava buscar respostas; elas estavam ali, no som da minha trombeta e nas partituras rabiscadas a lápis. A música me completou, me deu força, popularidade, confiança e estilo.”