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sábado, 23 de novembro de 2024
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Acidentes escorpiões

Em 2024, acidentes com escorpiões aumentam em 47%

Foram registrados 157 acidentes com escorpiões durante o ano inteiro de 2023, enquanto isso, de janeiro até a metade de novembro já foram 231 atendimentos até o momento

Postado em 23 de novembro de 2024 por João Reynol
A grande maioria dos escorpiões em Goiânia são da espécie do escorpião amarelo, o Tityus serrulatus.|Foto:Divulgação/Ministério da Saúde

Entre os bichos peçonhentos que mais percorrem as cidades, os escorpiões são os seres mais comuns, porém menos vistos na Capital. Esses aracnídeos estão sempre presentes nos lugares mais escondidos da cidade como nos esgotos, escombros de construção civil, e nas próprias casas dos goianienses. Por causa disso, muitos acidentes podem ocorrer pelo contato indireto dos escorpiões com a população. Em alguns destes casos pode haver a probabilidade de óbito como em crianças caso a picada não seja tratada. 

 

Sobre isso, de acordo com a apuração do jornal O HOJE com dados da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), houve um aumento de quase a metade dos casos de acidentes com escorpiões em um ano. De acordo com os dados, foram registrados 157 acidentes com escorpiões durante o ano inteiro de 2023, enquanto isso, de janeiro até a metade de novembro já foram 231 atendimentos até o momento. A nível estadual, já foram mais de 3 mil acidentes com escorpiões em Goiás, desses casos ocorreram dois óbitos de crianças no início do ano no interior do Estado, uma em Professor Jamil e a outra em Formosa.

 

Em Goiânia, a maioria dos casos ocorrem dentro das residências das pessoas, como no caso da veterinária Elisa Rizzini há duas semanas. De acordo com Elisa, o acidente aconteceu enquanto dedetizava a casa por causa da presença de baratas na região do Setor Sul. “Bem de noite eu fui tirar uma folhinha seca depois de dedetizar o jardim e senti uma picada muito dolorida no dedo do pé. Depois eu fui num lugar bem claro e bati o pé e um escorpião amarelo de uns 8 a 10 cm caiu no chão. Aí eu senti uma dor lancinante horrorosa que parecia que alguém tinha te enfiando uma faca entre os ossos.”

 

Logo depois a veterinária teve de procurar ajuda no Hospital de Doenças Tropicais (HDT) por causa da picada e por ser parte do grupo de risco. Apesar de ser atendida no hospital, a veterinária afirma que a equipe médica não aplicou o soro ou tão quanto o antídoto para a peçonha.  “Eles me falaram que só aplicava o soro quando a pessoa começava a ter oscilação de pressão. Também não tem nenhum infectologista de plantão e que o infectologista tinha de aplicar o soro na hora porque poderia ter reação.” 

 

Devido a casos como este, o Centro de Vigilância em Zoonoses, Wellington Tristão alerta para possíveis outros acidentes que envolvem escorpiões na Capital. De acordo com o gerente do centro, ao O HOJE, a grande maioria dos escorpiões em Goiânia são da espécie do escorpião amarelo, o Tityus serrulatus. Segundo o diretor, essa espécie é adaptada com o meio urbano e está presente em grandes cidades ao redor do País, principalmente nas tubulações e nos esgotos da cidade. Grande parte disso é pela rotina predatória do animal que possui as baratas como a principal fonte de alimento.

 

Por causa disso, Tristão fala que para deter a entrada de escorpiões dentro das casas é necessário cuidados específicos, principalmente se houver pessoas em grupo de risco, como crianças e idosos. Uma das orientações do biólogo é a contenção com as grades dos ralos e das pias dos ambientes, além disso, a contenção de frestas nas portas e janelas para impedir o acesso do animal.  

 

Outra recomendação da pasta é a dedetização completa da residência contra as baratas, caso tenha presença de bebês, o Wellington alerta que os berçários devem ficar distantes das paredes e longe de telas mosquiteiras. Apesar disso, o diretor lembra que os animais não atacam ou menos caçam os seres humanos de propósito, por causa disso, uma picada dos aracnídeos é sempre resultado de um acidente com o animal. “As pessoas devem ficar alertas com guarda-roupas e calçados dentro das casas”, afirma.

 

Caso uma pessoa encontre o animal, o diretor pede para que a população alerta o órgão para que envie uma equipe e façam a coleta do animal. Apesar do tamanho do escorpião, o diretor alerta que ainda não existe um veneno capaz de matar o animal como os inseticidas e que preferencialmente devem aprisionar o animal até a chegada da equipe de zoonoses.

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