Boicote ao Carrefour gera suspensão de fornecimento de carne por frigoríficos brasileiros
Setor agropecuário critica decisão francesa e destaca sustentabilidade da pecuária brasileira
O anúncio do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, na última quarta-feira (20), de boicotar carnes dos países do Mercosul, gerou reação imediata no Brasil. A decisão foi uma resposta às pressões do agronegócio francês contra o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, sob alegação de regras ambientais desiguais.
No dia seguinte, a JBS, maior fornecedora de carne ao Carrefour no Brasil, com 80% do mercado da rede, suspendeu suas entregas. Outros frigoríficos, como a Masterboi, seguiram a mesma decisão, interrompendo a entrega de toneladas de carne.
O Carrefour Brasil, que tentou se distanciar das declarações do CEO francês, negou que haja desabastecimento imediato, mas especialistas alertam que o impacto será sentido em breve, especialmente na venda de carne in natura, cuja reposição é feita diariamente.
Autoridades brasileiras, como o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e representantes do agronegócio, criticaram duramente o boicote. Entidades do setor publicaram uma carta de repúdio, destacando a eficiência e sustentabilidade da pecuária brasileira. Além disso, alertaram que excluir produtos do Mercosul pode gerar inflação e aumentar emissões de carbono na Europa.