Grupo governista consolida base aglutinada na Câmara Municipal
Prefeito eleito, Sandro Mabel sai vitorioso com MDB no apoio ao nome de Policarpo para presidente da Casa
Para os gestores públicos que ocupam os cargos executivos, seja a nível municipal, estadual ou federal, é de suma importância que a relação com o Legislativo seja, no mínimo, amistosa. Afinal, um prefeito, governador ou presidente que não articula uma base sólida de legisladores e um diálogo respeitável com a oposição, certamente terá dificuldade de governar. Sandro Mabel (União Brasil), prefeito eleito de Goiânia, parece caminhar para solidificar seus apoiadores.
A desistência do MDB – maior bancada da Câmara de Vereadores – de lançar candidatura própria na disputa pela presidência da Câmara Municipal e abrir de vez o caminho para Romário Policarpo (PRD) conseguir um feito inédito, de ser eleito para presidir a Casa pela quarta vez consecutiva, é também uma vitória para Mabel.
Como mostrado anteriormente pela reportagem do jornal O HOJE, a decisão, de acordo com o vereador e presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) Henrique Alves (MDB), foi unânime entre os membros do partido, que optou por seguir a orientação do prefeito eleito.
Policarpo apoiou Mabel na disputa pela Prefeitura de Goiânia, assim como o MDB, partido do vice-governador Daniel Vilela. Caso a legenda decidisse lançar uma candidatura própria, o prefeito acabaria na famosa saia justa. O MDB de Vilela é o principal aliado do União Brasil, partido de Mabel e de seu principal cabo eleitoral, o governador Ronaldo Caiado.
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Antes do recuo do MDB, o prefeito eleito já tinha sinalizado que iria ficar de fora de uma eventual disputa. “Eles [vereadores] que tem que decidir e o prefeito apenas olha para que não fique uma coisa discrepante” disse Mabel na época. Na sequência ele avaliou: “Acho que Romário está bem na frente do MDB nessas articulações”.
Vereador eleito e ex-deputado federal, Lucas Vergílio era o principal cotado para ser o nome dos emedebistas na disputa pela Casa. O parlamentar articulava nos bastidores um possível apoio para sua chapa. Mabel, que teve apoio de 26 vereadores dos 37 eleitos na disputa do segundo turno das eleições, poderia acabar se indispondo com uma das partes, em um confronto do MDB com Policarpo.
A não candidatura do partido mantém a base governista municipal – e estadual – unida. E como recompensa pelo apoio, Romário deve destinar alguns dos principais cargos da Mesa Diretora para a legenda. Como já dito anteriormente pela reportagem do O HOJE, a sigla deve ocupar a 1ª vice-presidência e a 1ª secretaria, além de manter a presidência da CCJ. O protagonismo na Câmara pode ser crucial para o MDB em uma disputa no próximo biênio da 20ª Legislatura, entre 2027-2028.
Mabel, que já articula e negocia acordos para sua gestão – como para enfrentar a crise na saúde pela falta de leitos nas UTIs – tem o apoio do governo estadual e uma força municipal. Para ele, é importante conciliar o vereador que caminha para seu 4° mandato na presidência e a maior bancada de vereadores da Casa.
Para Policarpo, a situação ficou confortável. É respaldado pela base governista e ao invés de ter o maior partido da casa como adversário, serão seus aliados. O vereador, que também é próximo do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (União Brasil), mostra dominar as articulações necessárias para no futuro, alçar voos maiores na política goiana. (Especial para O Hoje)