Eleições nas Casas do Congresso endossam força da centro-direita
Hugo Motta e Davi Alcolumbre devem suceder Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, em mais uma demonstração de força do centrão
As eleições que irão definir quem será o deputado e o senador que irá presidir a Câmara dos Deputados e o Senado Federal pelo próximo biênio (2025-2026) acontecerão daqui a 2 meses, em fevereiro do próximo ano. Porém, o cenário desenhado já aponta para a vitória de Hugo Motta (Republicanos-PB) na Câmara e de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) no Senado.
A disputa na Câmara deste ano voltou a movimentar os bastidores da política em Brasília. Em 2023, a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) era dada como certa – e assim foi. O deputado obteve 464 votos, a maior votação absoluta de um candidato à Presidência da Câmara, considerados os registros dos últimos 50 anos. Para a disputa deste ano, o apoio de Lira era objeto de consumo entre os deputados que desejavam a cadeira mais importante da Câmara, já que o alagoano articula e domina, como poucos, suas alianças no “centrão”.
Elmar Nascimento (União Brasil-BA), amigo próximo de Lira, era o favorito a receber o apoio do deputado, o que não aconteceu. Lira optou por Motta, que logo despontou como favorito na disputa. Antonio Brito (PSD) também articulou apoio para sua chapa, mas que não ganhou musculatura suficiente. O favoritismo de Motta fez com que União Brasil e PSD desistissem de suas candidaturas e caminhassem com o deputado do Republicanos. Hugo reúne 17 partidos ao seu lado, que totalizam 488 deputados dos 513 da Casa. Atualmente, o único concorrente a Motta é o Pastor Henrique Vieira (Psol), que, com uma candidatura tímida, dificilmente deve fazer frente ao paraibano.
No Senado, Alcolumbre lidera a disputa. O senador – que já presidiu a Casa Alta em entre 2019 e 2021, quando venceu o favorito Renan Calheiros (MDB) – já conta com o apoio de 8 partidos, que somados possuem 63 senadores dos 81 que compõem a Casa. Para ser eleito, o senador necessita de 41 votos.
Das maiores bancadas do Senado, apenas o MDB não anunciou apoio a Alcolumbre. O parlamentar reúne apoio do PT de Lula e do PL de Bolsonaro, além do PSD, partido de maior bancada na Casa e que possui o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), que também endossa a candidatura do senador candidato do União Brasil.
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Centro-direita protagonista
O cenário do “centrão” protagonizando o Congresso Nacional não é novidade na Nova República, porém, apresenta um novo parâmetro. As legendas, que hoje lideram as disputas pela presidência das Casas Legislativas, também tiveram um desempenho relevante nas eleições municipais.
O Republicanos, favorito a presidir a Câmara com Hugo Motta, conquistou 433 prefeituras, ante as 216 conquistadas em 2020. Já o União Brasil, de Alcolumbre, elegeu 591 prefeitos, a quarta maior marca entre as legendas nas eleições municipais deste ano.
Observar o domínio dos partidos à centro-direita com relevância expressiva nos municípios e no Congresso é também um norteador para as eleições gerais de 2026. O crescimento do bloco – que não é homogêneo, pois cada partido possui suas ambições – pode ser determinante na disputa pelos governos estaduais e pela presidência, além de, claro, continuar com forte representatividade na Câmara e no Senado. (Especial para O Hoje)