Base pode sair mais forte da disputa pela Câmara de Rio Verde
Vereador do grupo de Paulo do Vale e Carrijo é o favorito para comandar a Casa pelo próximo biênio
Ao fim das disputas eleitorais de 2024, o assunto que tem movimentado os vereadores dos municípios goianos é a corrida pela presidência das câmaras municipais. Em Rio Verde, expoente político-eleitoral e financeiro do sudoeste goiano, a disputa pela liderança da Câmara dos Vereadores da cidade já movimenta a base do atual prefeito, Paulo do Vale (União Brasil), e seu sucessor, Wellington Carrijo (MDB).
Componente da base de Paulo do Vale, principal líder político da cidade, atualmente o favorito a presidir a Casa pelo primeiro biênio da próxima legislatura é o atual presidente da Câmara de Rio Verde, Idelson Mendes (PRD). O vereador foi o segundo mais bem votado do município, tendo recebido 2.616 votos válidos.
Atualmente o cenário é que Idelson siga para uma candidatura única, inclusive com apoio de vereadores da oposição. Uma possível disputa dentro da base governista foi barrada por Paulo. Armando Filho (MDB) seria o cabeça de chapa articulada por Ronaldo Sousa Cruvinel (PP) – conhecido como Ronaldinho Cruvinel -, o que movimentaria a disputa entre os legisladores próximos a base de Paulo e do prefeito eleito Wellington Carrijo. Não aconteceu, graças a intervenção do atual prefeito.
O cenário é favorável para o grupo político que comanda Rio Verde e continuará comandando nos próximos quatro anos. Porém, circula nos comentários dos bastidores da política rio-verdense que a oposição, sem alarde, pode articular uma candidatura para se opor a Idelson. Iran Cabral (PL), que voltará à Câmara Municipal de Rio Verde após ser eleito este ano, já presidiu a Casa anteriormente e pode ser o nome da oposição, hoje chefiada por Lissauer Vieira (PL).
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A leitura é que Lissauer e os demais visam frear o avanço da base governista, que compõe o núcleo do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), visando as disputas que podem vir acontecer em 2026. Paulo é um dos cotados que podem vir a compor a vice na chapa majoritária do vice-governador Daniel Vilela (MDB), na disputa pelo governo do Estado nas próximas eleições. Caso se concretize, o atual prefeito puxaria consigo a suma maioria dos votos de Rio Verde – o quarto maior colégio eleitoral de Goiás – para Vilela.
A interferência de Paulo na disputa pelo governo do Estado, sobretudo por sua popularidade em Rio Verde, iria prejudicar os planos do senador Wilder Morais (PL), que também planeja ser candidato ao cargo de chefe do Executivo estadual em 2026. A sequência dos fatos pode desencadear o seguinte cenário: Paulo do Vale candidato a vice-governador do Estado; o deputado estadual Lucas do Vale (União Brasil) concorrendo a uma vaga na Câmara dos Deputados; e Idelson saindo na disputa para deputado estadual.
A oposição em Rio Verde, caso queira que a influência política de Paulo e companhia seja freada, precisa agir. Um fator que contribui para os opositores é a volatilidade da disputa pela Câmara Municipal da cidade. Em Rio Verde, cenários de viradas, com o principal candidato a chefiar a Casa saindo derrotado da eleição, já aconteceram. E na conjuntura da política municipal vivida, não é de se descartar tal possibilidade. (Especial para O Hoje)