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sexta-feira, 13 de dezembro de 2024
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Comércio

Micro e pequenas empresas são alavanca na economia goiana

Dados recentes apontam que as MPEs respondem por 69,2% da geração de empregos formais no estado

Postado em 13 de dezembro de 2024 por Letícia Leite
O empreendedorismo no estado continua forte, com os pequenos liderando nos postos de trabalho e movimentando a economia. Foto: Reprodução

Toda segunda-feira, pontualmente às 9h, Eduardo inicia a organização de sua agenda semanal. É hora de estruturar suas tarefas: revisar e-mails novos, responder mensagens, arrumar o estoque de sua pequena loja de peças automotivas, organizar as contas a vencer no dia e planejar o fluxo de caixa. Além disso, ele precisa buscar novas oportunidades de vendas, fundamentais para assegurar o pagamento do salário da única funcionária que possui.

O texto acima deixa claro: Eduardo é um empreendedor, ele faz parte das 800 mil Micro e Pequenas Empresas (MEPs), presentes em Goiás. Em solo goiano, não são apenas as grandes corporações ou multinacionais que impulsionam a economia. As MPEs respondem por 69,2% da geração de empregos formais no estado, conforme dados do Sebrae.

Com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o levantamento divulgado mensalmente pelo Ministério do Trabalho destacou a criação de 82.543 empregos formais de janeiro a outubro no estado. E as MPEs respondem por mais de 69,2% desse total, ou seja, foram responsáveis pela geração de 57.135 postos de trabalho no período.

No acumulado de 2024, o setor de Serviços lidera a geração de empregos em Goiás, com mais de 25 mil vagas, representando 44,8% do total. Construção e Comércio vêm na sequência, com 11.640 e 9.372 contratações, respectivamente. Em outubro, o destaque foi a Agropecuária, que criou 1.192 postos de trabalho, o que evidencia seu aquecimento na economia estadual, especialmente em períodos de safra.

Segundo a economista Greice Guerra, as MPEs desempenham um papel fundamental na economia goiana, contribuindo para a sua diversificação e o seu crescimento. 

“As microempresas, são as que mais empregam no Brasil. Quando se abre uma pequena microempresa, você está fortalecendo o empreendedorismo, contribuindo para gerar emprego, renda, arrecadação, inovação tecnológica e fortalecer o empreendedorismo de uma maneira geral, o que é muito bom não só para quem se dispõe a empreender, como, para aquele mercado em que a pequena e microempresa vai atender”, destaca.

Para o empreendedor Eduardo Martins, gera oportunidade de mudança de vida. “Para mim, uma das vantagens de empreender é, sem dúvidas, a autonomia, o crescimento profissional, independência financeira, além de envolver a realização de um sonho”, diz.

De acordo com a economista, as MPEs de uma maneira geral empregam mais do que uma empresa de médio porte. “Nós podemos tomar por base um restaurante, mesmo pequeno. Muitas vezes ele tem mais de 60 funcionários ali dentro, empregando até mesmo mais que uma indústria.  Então o governo deve ter sempre uma atenção especial com essas pequenas empresas, porque elas são praticamente grande parte do motor que alavanca a economia do Estado e, por consequência, a economia nacional”, continua.

Desafios para empreender

O fato é que os obstáculos e desafios para empreender no Brasil são imensos. Segundo Greice, elas são as MPEs mais oneradas no país. “Hoje nós temos uma grande falta de mão de obra, principalmente a mão de obra especializada. Então elas sofrem com a rotatividade de mão de obra que é muito alta, a falta de gente para trabalhar, é uma burocracia muito grande também, eu diria, na maioria delas, uma carga tributária elevada, às vezes chega a fechar por causa dessa carga tributária elevada e injusta,”, explica.

Outro ponto citado é a legislação trabalhista. “Esse manto trabalhista muitas vezes impede o crescimento das micro e pequenas empresas, não só delas, como as empresas de um modo geral”, acrescenta.

Ela destaca que o governo deveria melhorar os incentivos para a abertura de uma pequena empresa através de isenção fiscal, carência, para pagamento de impostos e taxas, muitas vezes tirar algumas taxas que são desnecessárias, que não têm fundamento algum e só aumentam a despesa e comprometem as receitas delas.

“Principalmente com o auxílio do governo, no quesito da isenção tributária, muitas vezes, de uma carga tributária mais justa, e até mesmo a eliminação de taxas desnecessárias. O governo deveria também estimular mais o acesso a um crédito mais barato para quem quisesse abrir uma empresa ou expandir os seus negócios”.

Benefícios das micro e pequenas empresas para a economia 

Conforme mencionado anteriormente, as MPEs desempenham um papel fundamental na criação de empregos no Brasil. Elas proporcionam oportunidades de trabalho para milhões de brasileiros, sendo essenciais na diminuição do desemprego e na elevação da qualidade de vida das famílias.

Por atuarem predominantemente em nível local, as MPEs fortalecem a economia das comunidades onde estão inseridas. Os recursos investidos nessas empresas costumam ficar na mesma região, o que gera um impulso ao desenvolvimento dos negócios locais. 

Fomento à inovação e à competitividade

Além disso, geralmente se destacam pela agilidade e inovação. A habilidade de se adaptar rapidamente às mudanças do mercado e a capacidade de lançar novos produtos e serviços são fatores que aumentam a competitividade em diversos setores.

A presença de micro e pequenas empresas em múltiplos segmentos também contribui para a diversificação da economia brasileira. Isso minimiza a dependência de um único setor, tornando o país menos vulnerável a crises econômicas.

Elas representam uma via de acesso para empreendedores de grupos menos favorecidos, ajudando a diminuir a desigualdade econômica ao gerar oportunidades para comunidades que são frequentemente deixadas de lado.

Sem sombra de dúvida, as MPEs atuam como motores da economia do Brasil. Além de impulsionarem o crescimento econômico, elas desempenham um papel crucial na promoção de uma sociedade mais equitativa e inovadora.

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