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quarta-feira, 8 de janeiro de 2025
Após decreto

“Dose enorme de chantagem”, diz Caiado sobre interferência na segurança dos estados

Segundo o gestor, Governo Federal não apresenta algo com capacidade de enfrentamento ao crime organizado. E considerou que gestão tem falhado naquilo que é sua competência

Postado em 8 de janeiro de 2025 por Felipe Cardoso
Caiado foto reprodução
Caiado foto reprodução

O governador Ronaldo Caiado (UB) voltou a criticar o Decreto Federal que busca disciplinar o uso da força por profissionais de segurança pública. Em entrevista à imprensa nacional, Caiado considerou que o Governo Federal quer “impor o federalismo da chantagem”. 

O decreto, que foi publicado às vésperas do Natal, aborda princípios gerais e medidas para implementação, controle e monitoramento do trabalho dos profissionais de segurança pública, de forma a “disciplinar o uso da força e dos instrumentos de menor potencial ofensivo”. 

Para o governador goiano, trata-se de uma medida demagógica e que fere o Artigo 144, da Constituição Federal. O texto estabelece prerrogativas dos governos estaduais sobre as policiais militares e corpos de bombeiros militares.

Na mesma entrevista, o gestor ressaltou que sua posição não é isolada. Ele destacou estar alinhado com as manifestações de outros chefes de estado. Dentre eles, citou Tarcísio de Freitas (São Paulo), Mauro Mendes (Mato Grosso), Ratinho Júnior (Paraná), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Jorginho Mello (Santa Catarina).

“Esperávamos do governo federal algo com capacidade de enfrentamento àquilo que tanto preocupa a população brasileira, que é o avanço das facções criminosas no País. De repente, o que vem é um decreto que tem uma dose enorme de chantagem”, reforçou. 

Um outro ponto destacado pelo goiano passa pela dificuldade que a medida traz no que diz respeito acesso a recursos federais como o Fundo Nacional de Segurança Pública e do Fundo Penitenciário Nacional em caso de descumprimento das normas. Por fim, Caiado considerou que o Governo Federal tem falhado naquilo que é sua competência e que os governadores esperavam medidas mais enérgicas e efetivas no combate ao crime organizado.

Leia mais: Caiado cria nova organização administrativa com auxílio à gestores

Na sequência, ele destacou dentre os exemplos citados a permissão de acesso ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf); compartilhamento de informações com polícias estaduais; auxílio na construção de penitenciárias e dotar os Estados de tecnologia, como drones e rastreadores.

Brasil afora 

Nos bastidores, a leitura é que as investidas de Caiado contra o Governo Federal devem se intensificar nos próximos meses. Acontece que o gestor deve investir, ainda mais, na agenda nacional em busca de se tornar mais conhecido. Como mostrado pelo O Hoje, Caiado é um propenso candidato à presidência da República, em 2026. Para chegar forte na corrida presidencial, sabe que deve investir em um discurso firme que faça contraponto a gestão encabeçada pelo presidente  Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Desde a reta final do ano passado, o governador não tem medido esforços para apontar as falhas do governo. Em uma de suas declarações mais recentes, ele considerou que o Governo Federal deveria, inclusive, se espelhar nas ações tomadas pelo Estado de Goiás. 

Em paralelo, o União Brasil já está organizando um evento em Salvador para lançar oficialmente o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), como pré-candidato à presidência da República nas eleições de 2026.

A escolha da capital baiana reflete a estratégia de fortalecer a presença do partido no Nordeste, região que historicamente concentra grande apoio ao presidente Lula (PT) e ao Partido dos Trabalhadores.

Outro motivo para a escolha de Salvador é o desempenho expressivo do União Brasil nas eleições municipais de 2024, quando o prefeito Bruno Reis foi reeleito com 78,67% dos votos válidos no primeiro turno. O evento de lançamento está previsto para ocorrer entre fevereiro e março, segundo lideranças do partido.

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