O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025
Nova configuração

Câmara: ao menos cinco podem representar pedra no sapato de Mabel

Já é possível ter uma noção de como o Legislativo tende a se comportar — ao menos na arrancada dos trabalhos

Postado em 9 de janeiro de 2025 por Thiago Borges
Câmara: ao menos cinco podem representar pedra no sapato de Mabel
Foto: Reprodução

Por Felipe Cardoso

A Câmara Municipal de Goiânia conta com uma nova configuração. Os nomes eleitos em outubro de 2024 já foram empossados. A nova Legislatura traz, inclusive, dois novos integrantes para o quadro de vereadores. O aumento se dá em função do crescimento do número de eleitores na Capital. Antes, eram 35 representantes. Agora, são 37. Ainda que muitos deles sejam velhos conhecidos dos goianienses, outros são ‘caras novas’ no Parlamento. 

Os trabalhos ainda não começaram. Mesmo assim, já é possível ter uma noção de como o Legislativo tende a se comportar — ao menos na arrancada dos trabalhos. De maioria governista, como de costume, o Parlamento promete um alinhamento à gestão encabeçada agora pelo empresário Sandro Mabel (UB). 

Apesar disso, alguns nomes podem representar uma “pedra no sapato” de Mabel caso o gestor não caminhe em consonância com o que pensa e defende cada um deles. Um dos expoentes no leque de propensos opositores é o vereador Fabrício Rosa (PT). 

Figura relativamente nova no rol dos vereadores da Casa — Rosa atuou na Legislatura anterior, mas chegou à cadeira praticamente no apagar das luzes —, o político foi uma das vozes mais atuantes da oposição ao ex-prefeito Rogério Cruz (Solidariedade). O petista vai fundo no debate e promete, para esse e os próximos anos, uma postura aguerrida, aos moldes do que foi mostrado na reta final do ano passado.

Ainda nos quadros do PT, Kátia Maria é outra que tende a renovar posição firme em relação ao governo. Ela, por sinal, sequer esperou os trabalhos serem retomados e já se levantou contra as primeiras ações do novo prefeito.

A vereadora, que também é presidente do Diretório Regional do Partido dos Trabalhadores em Goiás, protocolou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) contra quatro decretos assinados pelo prefeito um dia depois de sua posse, ou seja, em 2 de janeiro. 

Leia mais: Ex-vereador é o novo diretor da Secretaria Municipal de Saúde

Os decretos, publicados no Diário Oficial de Goiânia, trazem medidas polêmicas como a declaração de calamidade financeira e a suspensão de contratações públicas. 

Segundo a parlamentar, as ações do prefeito violam dispositivos constitucionais e representam uma afronta aos princípios da legalidade, transparência e equilíbrio fiscal. Pela fiscalização intensa, que é uma das marcas do mandato de Katia, já é possível estimar o que Mabel pode encontrar pela frente. 

Ainda no campo da fiscalização, outro nome de peso para a lista é o da tucana Aava Santiago (PSDB). Exímia oradora, a parlamentar é, sem dúvida, uma das mais aguerridas quando o assunto passa pelo monitoramento do Poder Executivo. Com um discurso firme, talvez o mais irretocável da Casa de Leis, ela se consagrou ao longo dos últimos anos como a verdadeira pedra no sapato do ex-prefeito de Goiânia. 

Para além da maestria com que transita entre os players da Câmara, a tucana, que fala com a militância como ninguém, reúne mais de 130 mil seguidores nas redes sociais — quase 40 mil a mais que o próprio prefeito. 

Nos bastidores, o entendimento comum é de que Aava sabe movimentar a cena política local. Não à toa, é vista como uma das principais responsáveis pela deterioração do mandato de Cruz. Travou inúmeros entraves com o ex-gestor e contribuiu ativamente com sua baixa performance nas urnas. A Mabel, é melhor que a tenha como aliada. 

Não poderiam ficar de fora outros dois nomes que atuam em polos antagônicos, mas que gozam de um perfil ligeiramente semelhante: Professor Edward Madureira (PT) e Major Vitor Hugo (PL). Ambos representam, de fato, projetos bem diferentes. No entanto, são vistos como figuras abertas ao diálogo em toda e qualquer circunstância. Os políticos, que poderiam ser facilmente rotulados como “lulista” e “bolsonarista”, são agentes de fala mansa, mas de uma capacidade técnica restrita a poucos. 

Quanto a Edward, a expectativa é que ele, assim como os demais colegas do partido, esteja no front da oposição. Sobre Vitor Hugo, o próprio político já afirmou que atuará numa linha mais “independente”. De qualquer forma, é esperado que ambos, nas situações em que ocuparem a tribuna, apresentem discursos técnicos, coerentes, fundamentados em dados e projeções em relação ao novo governo. Contudo, a aposta de quem acompanha a cena política de perto é que o perfil moderado não será sinônimo de maior tolerância caso o prefeito não corresponda às expectativas dos goianienses. (Especial para O Hoje)

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
Veja também