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segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Economia

Goiânia registra inflação de 5,56%, maior índice em três anos

Capital registrou uma inflação acumulada de em 2024, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)

Postado em 13 de janeiro de 2025 por Micael Silva
:O aumento nos preços foi impulsionado principalmente por combustíveis, carnes, serviços pessoais e energia elétrica residencial Foto: Licia Rubinstein
:O aumento nos preços foi impulsionado principalmente por combustíveis, carnes, serviços pessoais e energia elétrica residencial Foto: Licia Rubinstein

Goiânia registrou uma inflação acumulada de 5,56% em 2024, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Este foi o maior índice acumulado dos últimos três anos, destacando-se como a terceira maior variação anual entre as localidades acompanhadas pelo IBGE. O aumento nos preços foi impulsionado principalmente por combustíveis, carnes, serviços pessoais e energia elétrica residencial.

Em dezembro, o IPCA na capital goiana subiu 0,80%, superior aos 0,41% registrados em novembro. Entre os itens que mais pressionaram o índice, destacaram-se os combustíveis, que encerraram o ano com uma alta acumulada de 15,24%. A gasolina teve aumento de 14,28%, enquanto o etanol subiu expressivos 25,98%.

As carnes, outro destaque negativo, acumularam altas de 24,21% ao longo do ano. Outros itens que impactam o orçamento familiar foram os serviços pessoais, com variação de 6,89%, e a energia elétrica residencial, que subiu 6%. No grupo Alimentação e Bebidas, bebidas e infusões lideraram os aumentos com 16,90%, seguidos pela alimentação fora do domicílio, que subiu 7,22%.

O economista Luiz Carlos Ongaratto,explicou com detalhes os fatores que impactam o aumento de preços de diversos produtos e serviços, especialmente no início de 2025. Ele iniciou abordando o reajuste nos combustíveis, esclarecendo que este não é decorrente de alterações nos preços praticados pela Petrobras ou distribuidoras, mas sim de uma combinação de fatores internos, como o aumento das taxas de juros, o impacto da inflação, o reajuste do salário mínimo e os custos logísticos. “O aumento no custo do dinheiro afeta diretamente as distribuidoras e postos de combustível”, destacou Ongaratto, apontando que o reajuste tem reflexos em toda a cadeia de distribuição, apesar da gasolina não ter sofrido variação direta.

O especialista também se debruçou sobre o setor de serviços pessoais, como hospedagem e lazer, e o impacto das férias no aumento dos preços. Ele mencionou que os reajustes são resultado de uma série de fatores, como o ajuste anual desses serviços e o aumento do salário mínimo, além da aceleração da inflação observada em dezembro de 2024.

Em relação ao preço da carne, Ongaratto explicou que o aumento não é recente, mas tem sido observado desde o final de 2024, em função de fatores climáticos adversos, como a seca, e da demanda externa. “A seca afetou a oferta, e a alta do câmbio favoreceu as exportações, tornando o mercado externo mais atraente. Isso resultou em um aumento nos preços da carne, que pode ser acentuado nos próximos meses devido ao abate de matrizes”, afirmou.

Por fim, o economista tratou da alta na energia elétrica, atribuindo-a a uma combinação de fatores climáticos e ajustes anuais. “A seca afetou a capacidade das hidrelétricas, o que gerou a necessidade de acionar fontes de energia mais caras”, explicou. 

Ele concluiu, destacando que a situação econômica de Goiás, com seu mercado imobiliário aquecido e aumento no custo de vida, também contribui para a elevação de preços, especialmente em Goiânia, que tem visto um aumento nos custos de imóveis e aluguéis. “O aquecimento econômico tem um efeito em cascata em toda a economia local”, concluiu Ongaratto.

Goiânia encerrou o ano atrás apenas de São Luís (6,51%) e Belo Horizonte (5,96%) em inflação acumulada. Em comparação, a média nacional ficou em 4,83%, acima do IPCA de 2023 (4,62%) e também do teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (4,5%).

A análise do INPC, índice que reflete o impacto da inflação nas famílias de menor renda, revelou uma variação acumulada de 5,74% em Goiânia, evidenciando que os aumentos nos preços dos alimentos, em especial das carnes, pesam mais para os menos favorecidos.

Com a alta dos preços, as famílias goianas enfrentaram um ano de desafios no orçamento, marcado por pressões em itens essenciais e custos crescentes em serviços fundamentais. O cenário reforça a necessidade de políticas públicas para amenizar os impactos da inflação, especialmente nos grupos mais vulneráveis.

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