Por Senado, Calil e Waldir podem ser pressionados a buscar outras siglas
Possibilidade do cantor Gusttavo Lima concorrer à ‘segunda vaga’ pela base governista, pode pressionar integrantes do União Brasil a buscarem novos partidos para viabilizar seus nomes
Neste início de janeiro, o nome de Gusttavo Lima para política nacional caiu como uma bomba em Brasília. O nome do cantor sertanejo virou um cabo eleitoral para dezenas de políticos que miram a presidência em 2026, desde o governador de Goiás Ronaldo Caiado (União Brasil), ao sentimento de “traição” do ex-presidente da república Jair Bolsonaro (PL), ou o convite para a vice-presidência do ex-candidato a prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB). Todos estes players à direita se posicionaram de alguma forma contundente para o apoio do cantor ao Executivo.
Contudo, um outro efeito que igualmente pode gerar uma disputa tão acirrada quanto, é a possível nomeação de Lima para o Senado sob a legenda do União junto a Gracinha Caiado. Caso ocorra, as duas vagas disponíveis para o partido serão lotadas por pessoas próximas e de confiança ao governador. Sem esse espaço, futuros pré-candidatos podem olhar para os pastos mais verdes em busca de uma vaga no Congresso. Essa hipótese se sustenta com a reunião marcada e subsequentemente cancelada do cantor com Caiado e o presidente do União, Antônio de Rueda, nesta última segunda-feira (13).
Nos bastidores, a conversa é que a nomeação pode ajudar o partido a aglutinar mais eleitores e possíveis congressistas de todo o País. Apesar deste efeito desejável da sigla, o sacrifício em Goiás pode ocasionar a saída de nomes do partido para o lançamento da pré-candidatura do Senado em outra legenda, como é o caso do deputado federal Zacharias Calil, que já se mostra na corrida por uma das duas cadeiras.
Ao jornal O HOJE, Calil conta que a intenção inicial era disputar pela sigla original, contudo, se viu pressionado com o lançamento de Lima para o Senado como parte do plano político de Caiado. Devido ao limite de dois candidatos por partido, Calil pode olhar para outras legendas que sustentem a sua candidatura. Além do mais, já iniciou a articulação para se mostrar presente na corrida. De acordo com o médico, nos últimos três meses já recebeu 64 prefeituras em seu escritório político. Apesar disso, ainda detém respeito ao partido e aos planos do dirigente do Estado de Goiás.
Além das visitas oficiais, outros partidos já se moveram para assegurar a candidatura do médico para Goiás em outra legenda como o Podemos. De acordo com Calil, o partido de Renata Abreu já se movimentou para articular uma troca caso o próprio nome não seja cogitado pelo União. “Já estou numa fase adiantada da articulação com o Podemos, conversei com o Glaustin e a Renata Abreu”. Por outro lado, o PRTB e o Republicanos também convidaram o deputado para uma possível filiação. Além disso, Calil também afirmou que não pretende um lugar no executivo estadual.
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Além disso, os bastidores especulam que outro player da legenda de Caiado que também está na corda bamba política é o ex-deputado federal Delegado Waldir que pode mirar uma cadeira do Senado. Quando procurado pela equipe de reportagem, Waldir afirmou que ainda é cedo para essa discussão, mas se mantém alinhado com o governador e pretende continuar os trabalhos junto ao governador. Vale lembrar que o delegado é diretor do Departamento de Trânsito de Goiás (Detran-Go), ao qual a posição foi nomeada por Caiado.
Enquanto isso, outro apoiador do governador que mira o Congresso mas que está fora da legenda é o ex-prefeito Gustavo Mendanha (MDB) que também já se afirmou aberto para uma posição no Congresso em entrevista para O HOJE. Quando procurado pelo Jornal O HOJE, a assessoria do emedebista afirmou que Mendanha não vai se posicionar sobre esse assunto.