Incerteza sobre situação política de Bolsonaro atrapalha reação da direita
Os principais nomes cotados para 2026 são: Ronaldo Caiado, Romeu Zema, Ratinho Júnior e Tarcísio de Freitas
A hesitação nos trabalhos de estruturação de pré-campanhas, da direita brasileira, para as eleições de 2026 pode ser motivada pela incerteza da situação jurídica do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL). Condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no final de junho de 2023, um dos principais líderes da direita está inelegível por praticar abuso de poder político e por fazer uso indevido dos meios de comunicação. A ação leva em consideração o questionamento do Partido Democrático Trabalhista (PDT) que questiona a reunião feita pelo ex-presidente com embaixadores estrangeiros, na qual levanta suspeitas sem fundamentos do processo eleitoral. No entanto, aliados de Bolsonaro enxergam irregularidades, abrindo a possibilidade de um questionamento.
O apontamento que leva em consideração a dúvida sobre a situação jurídica do ex-presidente da república foi realizado pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). O mandatário disse em entrevista à um jornal de circulação nacional que tem feito reuniões regulares com os governadores de direita e o grupo está de acordo que, caso Bolsonaro tenha condição de disputar, ele seria o candidato mais viável. Caso contrário, explica o governador, eles vão tentar encontrar outro nome que esteja de acordo. Ao fim, o próprio Zema se coloca como possível candidato, que pode ser considerado viável e ser escolhido.
O governador de Minas indica que há outros nomes cotados para à presidência em 2026, como Ronaldo Caiado (União), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ratinho Jr. (PSD). Respectivamente, os governadores de Goiás, de São Paulo e do Paraná. Mas, as movimentações efetivas em direção à corrida eleitoral têm sido, mais fortemente, desempenhadas por Caiado, que vem aumentando o tom em suas críticas, no âmbito federal, ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A candidatura do governador de Goiás tem sido endossada pelo seu partido, o União Brasil, que tem se movimentado para alavancar o nome de Ronaldo Caiado.
O sonho presidencial do governador de Goiás sofre o problema do pragmatismo, tendo em vista que o seu partido é base do atual governo federal, que tem gerado certas contradições. Afinal, como ele pode ser oposição se o próprio partido compõe os ministérios de Lula. Porém, isso não tem impedido Caiado de realizá-las. Tanto nos aspectos econômicos, como em relação à situação das contas públicas, quanto na condução de serviços prestados à população, como no decreto que regula a segurança pública no país.
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O União Brasil deve marcar o evento de pré-campanha de Caiado em março, mas ainda não tem previsão para o dia ainda. O local será em Salvador, capital Bahia, devido à forte rejeição que a direita tem na Região Nordeste. Um dos dilemas que surgiu dentro do partido, é a contradição entre lulistas e antilulistas, que promete aprofundar problemas internos de um partido que já sofre pela sua aglutinação inicial entre partidos. Na página oficial do União Brasil, o presidente do partido, Antonio de Rueda, reforça, em material divulgado, o nome de Caiado para 2026.
Caminhando para 2026
O União Brasil está organizando um evento em Salvador para lançar oficialmente o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), como pré-candidato à presidência da República nas eleições de 2026. A escolha da capital baiana reflete a estratégia de fortalecer a presença do partido no Nordeste, região que historicamente concentra grande apoio ao presidente Lula (PT).
Outro motivo para a escolha de Salvador é o desempenho expressivo do União Brasil nas eleições municipais de 2024, quando o prefeito Bruno Reis foi reeleito com 78.67% dos votos válidos no primeiro turno. O evento de lançamento está previsto para ocorrer em março, dizem lideranças do partido.