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terça-feira, 21 de janeiro de 2025
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Investigação

Cirurgião plástico é condenado após paciente perder a visão

A paciente passou por exames que indicaram boa saúde e a ausência de comorbidades

Postado em 21 de janeiro de 2025 por Leticia Marielle
Cirurgião plástico é condenado após paciente perder a visão. | Foto: Reprodução

O cirurgião plástico Renato Tatagiba foi condenado a 2 anos e 4 meses de prisão em regime aberto após uma paciente sofrer perda parcial da visão. A decisão foi tomada pela juíza Juliana Trajano de Freitas Barão, na última sexta-feira (17/1), em primeira instância, o que permite que a sentença seja recorrida. Além da pena de prisão, Tatagiba também foi condenado a pagar 50 salários-mínimos e a indenizar a vítima, Shirian Saraeian, em R$ 300 mil.

Shirian, de origem iraniana-brasileira, passou por uma abdominoplastia e lipoescultura realizadas por Tatagiba em 30 de abril de 2021, em São Paulo. Três semanas após a cirurgia, em 21 de maio, ela foi diagnosticada com cegueira. De acordo com a ação movida contra o médico, Shirian contratou Tatagiba pela internet, onde o cirurgião tem quase 170 mil seguidores e afirma ter realizado mais de 25 mil procedimentos.

Antes das cirurgias, a paciente passou por exames que indicaram boa saúde e a ausência de comorbidades. No entanto, logo após acordar da operação no Hospital Saint Peter, ela passou a sentir dificuldade para respirar e tontura, e dois dias depois, perdeu repentinamente a visão do olho esquerdo, condição que também afetou o olho direito.

A defesa de Shirian alega que ela tentou entrar em contato com o médico diversas vezes após os primeiros sintomas, mas que ele demorou a responder. Em uma dessas tentativas, uma assessora de Tatagiba teria dito que “a cirurgia não tem absolutamente nada a ver com os olhos”, pois os procedimentos haviam sido feitos apenas no corpo. Shirian buscou atendimento em um hospital no início de maio de 2021, mas recebeu a recomendação de usar apenas um colírio. Diante da piora da visão, procurou um neuro-oftalmologista, que suspeitou de anemia aguda pós-operatória.

Exames posteriores confirmaram que a paciente perdeu cerca de 60% de sangue durante a cirurgia, e ela foi internada no Hospital Edmundo Vasconcelos, onde ficou constatado que perdeu completamente a visão do olho esquerdo e sofreu uma perda significativa no olho direito. A juíza Juliana Trajano considerou que Tatagiba não assumiu a responsabilidade pelo acompanhamento pós-operatório da paciente, o que resultou em sua condenação.

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