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terça-feira, 28 de janeiro de 2025
saúde

Trombose em mulheres: compreenda os sintomas, fatores e prevenção

Afeta cerca de 180 mil brasileiros por ano, com maior prevalência entre mulheres

Postado em 28 de janeiro de 2025 por Luana Carvalho
O Angiologista destaca a importância de identificar precocemente os sintomas. | Foto: Reprodução

A trombose é uma condição médica que afeta cerca de 180 mil brasileiros por ano, com uma prevalência significativa entre as mulheres. Embora não seja exclusiva do sexo feminino, a incidência da doença neste grupo está relacionada a fatores específicos como a gestação, o puerpério e o uso de anticoncepcionais. Compreender os sintomas, os fatores de risco e as medidas de prevenção é essencial para reduzir os impactos dessa condição.

A condição ocorre quando coágulos sanguíneos, conhecidos como trombos, se formam nos vasos sanguíneos, obstruindo a circulação. Isso pode desencadear complicações graves, como embolia pulmonar, quando o coágulo se desloca até os pulmões.

A trombose venosa, especialmente comum nos membros inferiores, é uma das formas mais recorrentes. “Os principais sintomas incluem dor na perna, inchaço, endurecimento da panturrilha, calor local, alteração na coloração da pele e surgimento de veias visíveis,” explica o angiologista Dr. Eduardo Martins. Ele alerta que esses sinais são mais intensos quanto maior for a extensão do trombo.

Fatores de risco

Entre as mulheres, a maior incidência ocorre entre 20 e 45 anos devido à influência de hormônios femininos e às condições associadas à gestação. Durante a gravidez, o risco de trombose é cinco vezes maior do que em mulheres não gestantes, por conta do aumento natural de coágulos no sangue. O puerpério é outro período crítico devido às alterações hormonais significativas.

Além disso, fatores como histórico familiar, obesidade, câncer, imobilização prolongada, doenças inflamatórias e tabagismo também contribuem para o aumento do risco. Segundo o Dr. Martins, “a incidência da trombose também aumenta significativamente com a idade, especialmente após os 45 anos.” Ele destaca que pessoas com predisposição genética, como portadores de trombofilias, devem redobrar a atenção.

O período gravídico-puerperal exige cuidado especial. A gravidez aumenta os fatores pró-coagulantes no sangue, enquanto o pós-parto apresenta riscos associados a alterações hormonais e à redução temporária da mobilidade. Mulheres com histórico prévio de trombose têm maior probabilidade de reincidência nesse período.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da trombose venosa profunda é baseado em avaliação clínica e exames de imagem, como ultrassonografia com Doppler. “O exame clínico é fundamental para identificar os primeiros sinais da doença. A confirmação por imagem permite determinar a extensão do trombo e guiar o tratamento,” afirma o Dr. Martins.

Uma vez confirmada, o tratamento costuma incluir medicamentos anticoagulantes, que impedem a progressão da doença e reduzem o risco de complicações. Esses fármacos, no entanto, devem ser usados sob estrita orientação médica devido ao risco de sangramentos.

Em casos mais graves, pode ser necessária uma cirurgia para remoção dos coágulos ou implantação de dispositivos que evitam o deslocamento dos trombos. O uso de meias de compressão é outro recurso eficaz para aliviar sintomas e prevenir recorrências.

“A trombose é uma doença potencialmente fatal, mas com tratamento adequado, é possível controlá-la e melhorar a qualidade de vida dos pacientes,” enfatiza Dr. Martins. Ele reforça que o acompanhamento contínuo é essencial para prevenir novos episódios.

Pequenas mudanças, grandes resultados

A prevenção da trombose inclui a adoção de hábitos saudáveis. Manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e evitar o tabagismo são medidas fundamentais. “O fortalecimento das panturrilhas, conhecidas como o ‘coração das pernas’, é essencial para garantir uma boa circulação sanguínea,” ressalta o angiologista.

Outras recomendações incluem evitar o uso prolongado de anticoncepcionais com estrogênio, manter o peso corporal em níveis saudáveis e beber água com moderação. Pessoas com histórico de trombose ou fatores de risco devem usar meias elásticas e procurar orientação médica em situações que exijam imobilização prolongada, como viagens longas ou pós-operatório.

O angiologista também destaca a importância de evitar a automedicação. “Somente um profissional pode avaliar a necessidade de anticoagulantes ou outros tratamentos preventivos,” alerta.

Atenção especial no período gestacional

Mulheres grávidas e puérperas estão entre os grupos mais vulneráveis à trombose. O acompanhamento médico regular durante a gestação é essencial para monitorar riscos e prevenir complicações. O Dr. Martins reforça que, para essas pacientes, “o controle de fatores de risco e a adoção de medidas preventivas são cruciais para garantir uma gestão segura.”

A gravidez eleva os níveis de estrogênio, fator que contribui para o aumento da coagulação. Somado à redução da mobilidade no final da gestação, isso coloca as mulheres em risco maior. No pós-parto, a situação é ainda mais crítica, exigindo monitoramento constante e, em alguns casos, uso de anticoagulantes profiláticos.

Com informação e cuidados adequados, é possível reduzir a incidência de trombose em mulheres e evitar suas consequências mais graves. A conscientização é o primeiro passo para a prevenção, permitindo que mais pessoas reconheçam os sinais de alerta e busquem assistência médica rapidamente.

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