Neste sábado (1), o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), de 35 anos, foi escolhido presidente da Câmara dos Deputados, obtendo 444 votos dos 513 parlamentares. No entanto, ele não superou o número de votos de seu antecessor e padrinho político, Arthur Lira (PP-AL), que foi reeleito para o cargo em 2025 com 464 votos, a maior votação absoluta. Lira também foi apoiado tanto pelo governo quanto pela oposição, mantendo sua posição por dois mandatos.

Outros candidatos à presidência da Câmara foram os deputados Marcel van Hattem (Novo-RS) e pastor Henrique Vieira (PSol-RJ), que receberam, respectivamente, 31 e 22 votos. Hugo Motta, médico de formação e líder da bancada do Republicanos, está em seu quarto mandato e foi eleito pela primeira vez em 2010, aos 21 anos, tornando-se o deputado federal mais jovem a assumir a função.

Na mesma data, o Senado Federal elegeu Davi Alcolumbre (União-AP) para mais um mandato de dois anos à presidência da Casa. Motta, por sua vez, contou com uma ampla aliança política que incluiu partidos como MDB, PT, PL, União Brasil, PSD, Republicanos, Rede, Solidariedade, PRD, PSDB/Cidadania, PCdoB, PDT, PSB, PV, PP, Podemos e Avante. Apenas o Novo e o PSol não apoiaram sua candidatura e apresentaram candidatos próprios.

Durante seu discurso de posse, o novo presidente da Câmara fez uma homenagem emocionada a Ulysses Guimarães, ex-presidente da Assembleia Nacional Constituinte de 1987–1988. Motta declarou que a cadeira da presidência da Câmara seria sempre a “cadeira do senhor diretas, do senhor democracia”, em referência ao legado de Guimarães. O deputado também criticou o modelo de relacionamento entre o Legislativo e o Executivo, apelidado de “toma lá, dá cá”, e destacou que o Brasil, após a promulgação de uma Constituição legítima, viu-se em um novo tipo de “absolutismo presidencial”, onde o Executivo exerce um controle indevido sobre o Legislativo.