Políticas dos EUA podem pressionar inflação no Brasil, alerta Banco Central
Ata do Copom destaca riscos inflacionários decorrentes de medidas econômicas norte-americanas
O Banco Central do Brasil (BC) alertou que determinadas políticas econômicas adotadas pelos Estados Unidos podem pressionar os preços de ativos domésticos, impactando a inflação brasileira. A informação consta na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira, 4 de fevereiro de 2025.
Segundo o documento, a implementação de certas medidas nos EUA pode levar a uma depreciação cambial, elevando os preços de bens e serviços no Brasil. O Copom destacou que, embora parte desses riscos já tenha se materializado, eles continuam presentes e exigem atenção contínua.
O ambiente externo permanece desafiador, principalmente devido às incertezas na política econômica norte-americana. O Copom ressaltou que a percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida pública brasileira tem impactado significativamente os preços de ativos e as expectativas de inflação.
Além disso, o BC observou que o aumento nos preços dos alimentos, especialmente das carnes, tem contribuído para a elevação da inflação. A autoridade monetária enfatizou a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas para mitigar esses efeitos e assegurar a convergência da inflação à meta estabelecida.
Em resposta a esses desafios, o Copom elevou recentemente a taxa Selic em 1 ponto percentual, alcançando 13,25% ao ano, e sinalizou a possibilidade de um novo aumento na próxima reunião, prevista para março. A decisão reflete o compromisso do Banco Central em controlar a inflação e manter a estabilidade econômica do país.
Analistas apontam que as políticas comerciais dos EUA, como a imposição de tarifas sobre produtos de diversos países, podem levar a uma depreciação do real frente ao dólar, aumentando os custos de importação e pressionando a inflação no Brasil. A continuidade dessas políticas requer monitoramento atento por parte das autoridades brasileiras para mitigar possíveis impactos adversos na economia nacional.
O Banco Central reafirma seu compromisso com a estabilidade econômica e destaca a importância de uma coordenação eficaz entre as políticas fiscal e monetária para enfrentar os desafios impostos pelo cenário internacional e garantir a convergência da inflação à meta estabelecida.