Discussão sobre saúde marca retomada dos trabalhos na Câmara de Goiânia
Cicatrizes da crise na saúde no final de 2024 ainda pulsam dentro do legislativo goianiense
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A Câmara Municipal de Goiânia presenciou nesta manhã de segunda-feira (4) a primeira sessão ordinária do ano de 2025 sob a 20ª legislatura. Com dois novos assentos, vereadores debateram sobre os principais temas da cidade, entre eles a continuação da crise da saúde e a Comissão Especial de Inquérito (CEI) protocolada pelo vereador Major Vitor Hugo (PL). O tema do serviço básico foi carro chefe no discurso do presidente Sandro Mabel (União Brasil) que participou da primeira sessão junto aos parlamentares.
A investigação parlamentar mira a destinação dos recursos públicos da gestão anterior pelo então secretário de saúde Wilson Pollara, que hoje está foragido em São Paulo. Para que a comissão seja efetivada um total de treze nomes devem ser efetivados na lista, mas até agora, apenas oito vereadores assinaram o termo. Os nomes dos oito parlamentares que assinaram o pedido são: Vítor Hugo, Willian Veloso, Oséias Varão e Coronel Urzeda do PL, Professor Edward Madureira e Fabrício Rosa do PT, e Aava Santiago (PSDB) e Lucas Vergílio (MDB).
Segundo o dirigente municipal, durante entrevista com jornalistas, um dos objetivos principais para com o legislativo é a responsabilidade fiscal com o serviço da saúde para garantir o funcionamento do sistema. Sobre isso, afirma que ao todo são R$ 800 milhões com o serviço básico, mas o prefeito ainda relata que para manter a folha de pagamento em dia com cortes em outras áreas municipais. Essa nova política permitiu a ampliação nos atendimentos como a abertura de exames pediátricos 24h em todas as unidades.
“São prestadores de serviço que precisam receber, mas não temos como pagar tudo isso de imediato, então estamos colocando a nossa conta na nossa gestão em dia. Já pagamos os médicos duas vezes: pagamos a folha de dezembro e janeiro. Estamos fazendo um corte para tudo quanto é lado para conseguir manter a folha e manter a saúde melhorando”, afirma.
Para o vereador e líder do governo no parlamento, Igor Franco (União Brasil) aponta que ambos os incrementos na saúde e a redução das vagas dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI’s) representam o perfil gestor de Mabel na prefeitura. Segundo o vereador, se mantém otimista e confiante para oferecer o suporte necessário a Mabel dentro da Câmara Municipal a fim de manter a governabilidade. Por isso, aponta que não prevê embates com a oposição uma vez que “as pautas do prefeito são positivas para Goiânia, creio que teremos o apoio da oposição nas votações porque é para salvar e resgatar a Capital.”
Por outro lado, a vereadora Kátia Maria (PT) não compactua com a animação do colega e afirma que deve seguir dentro da oposição do embate parlamentar. Sobre isso, afirma que deve atuar na fiscalização das mudanças nos CMEIs feitas pela prefeitura depois de denúncias de superlotação nas creches. Quando indagada sobre a CEI, relata que o inquérito postula a investigações em trabalhos já feitos pela parlamentar no ano de 2024, o que esclarece a ausência da vereadora na assinatura do projeto.
“Eu acho que é uma CEI natimorta porque ela vai arbitrar em cima daquilo que nós já fizemos. … A Câmara deveria focar na abertura que nós demos ao [atual] secretário de saúde, porque hoje ele está com autorização durante seis meses para fazer contratação sem licitação. O meu olhar e a minha lupa não vão para aquilo que eu já fiscalizei”, relata.
Durante o plenário, o vereador mais bem votado Vitor Hugo reafirma que a investigação não mira a atual gestão de Mabel e apenas busca entender o que ocorreu para a precarização do serviço. Tal ensaio é protagonizado em grande parte por figuras da oposição e os recém vereadores eleitos, como Professor Edward Madureira e Lucas Vergílio. Ainda sobre isso, aponta para O HOJE que há articulação para que outros players ingressem no projeto, mas nenhum nome foi divulgado.