Logo após a eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para a presidência da Câmara e ao Senado, foi dada a largada para a composição de comissões parlamentares nas duas casas. Com isso, líderes de bancada e presidentes de partidos já articulam as posições das principais posições de liderança dos colegiados. Ao todo, são 46 comissões no Congresso Nacional divididas entre 30 grupos da Câmara dos Deputados Federais e 16 do Senado Federal. A cada dois anos uma nova rodada de líderes é apontada logo após as votações das composições da Mesa Diretora para decidir a presidência e a vice-presidência dos cargos. 

Com 513 deputados federais e cerca de 20 partidos, sem contar as federações, os parlamentares e a nova mesa diretora pelo presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) devem se encontrar para discutir quais nomes devem ocupar os assentos. Em algum destes casos, os próprios presidentes dos partidos devem ventilar sobre as direções e quais nomes que devem compor os cargos. Pelo Regimento Interno da Câmara e do Senado, a composição das comissões segue conforme a proporcionalidade de partidos com os parlamentares que representam as legendas. Neste caso, é previsto que o PL de Jair Bolsonaro deve integrar mais colegiados em ambas as Casas, incluindo os títulos de liderança, com 14 senadores e 92 deputados.

De início, parlamentares nas duas casas do PL já articulam para as cadeiras que os deputados e senadores devem ser apontadas, bem como as presidências dos colegiados com o apoio de Motta e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Durante a reunião da bancada da legenda na Câmara, os parlamentares também definiram as políticas prioritárias junto a quais nomes podem compor as comissões enquanto manifestaram para o impeachment do presidente Lula (PT). O líder do partido Sóstenes Cavalcante (PL) afirma em entrevista à imprensa local que está empenhado junto aos aliados e presidentes partidários. “As comissões estão ouvindo o presidente do partido Valdemar Costa Neto, Bolsonaro, a nossa bancada e a bancada de oposição e nós vamos buscar o melhor entendimento dessas comissões”, afirma. 

Com isso em mente, os 17 deputados goianos devem traçar um caminho fino para atingir os assentos principais a fim de representar o Estado em papeis de liderança. Durante o último biênio de 2023 e 2024, a participação goiana em comissões na Casa foi tímida, contando com poucos titulares como a deputada Silvye Alves (União Brasil-GO) na 3º vice-presidência da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Na grande maioria dos casos, os goianos apenas integravam as comissões como a participação de Zacharias Calil (União Brasil-GO) na Comissão da Pessoa Idosa.

Por outro lado, já há um entendimento de nove nomes de titulares para as 16 comissões do Senado seguindo a eleição de Alcolumbre para a presidência. Entre os nomes escolhidos são: Otto Alencar (PSD-BA) para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ); Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para a Comissão de Segurança Pública (CSP); Damares Alves (Republicanos-DF) para a Comissão de Direitos Humanos (CDH); Renan Calheiros (MDB-AL) para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e o senador Fabiano Contarato (PT-ES) para a Comissão de Meio Ambiente (CMA).

Contudo, o estado de Goiás deve perder a única liderança da CAE que é atualmente presidida pelo parlamentar Vanderlan Cardoso (PSD) para o ex-ministro de FHC.