Bruno Goulart

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), se reuniu nesta terça-feira (11) com 29 dos 37 vereadores da Câmara de Goiânia para apresentar o plano de reformulação da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). A empresa, responsável por serviços de limpeza na capital, vive uma crise financeira sem precedentes, e a proposta do prefeito inclui um aporte de R$ 190 milhões para reequilibrar as contas e modernizar a gestão. O valor, segundo Mabel, foi economizado nos últimos meses após ajustes nos gastos da companhia, que reduziram de R$ 60-70 milhões para R$ 40-50 milhões mensais.

Durante a reunião, Mabel explicou que a Comurg está economizando cerca de R$ 30 milhões por mês com as mudanças implementadas. “Em vez de repassar R$ 70 milhões mensais, a prefeitura agora transfere R$ 40 milhões. Essa economia permitiria o aporte de R$ 190 milhões sem impactar o orçamento”, afirmou.

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O prefeito também destacou que, a partir de outubro, a Comurg não precisará mais de recursos extras, pois começará a operar com superávit. “Em outubro, teremos um débito residual de R 1,5 milhões, mas em novembro o superávit vai ser de R$ 7 milhões, e em dezembro, de R$ 14 milhões”, projetou.

Nova Comurg

Um dos pontos centrais do plano é a ampliação das atividades da Comurg para além dos serviços urbanos tradicionais. Mabel citou como exemplo a possibilidade de a empresa realizar serviços para outras secretarias, como a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra). “A Comurg tem infraestrutura completa e pode fazer serviços, como tapar buracos, por apenas 10% do custo atual. Isso permitirá que a empresa fature mais, otimize seus recursos e contribua para a economia da cidade”, explicou.

Aprovação da Câmara

A transferência dos R$ 190 milhões para a Comurg gerou dúvidas sobre a necessidade de aprovação pela Câmara Municipal. No entanto, o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) emitiu um parecer afirmando que a Comurg, por ser uma empresa dependente da gestão municipal, não precisa de aval legislativo para receber os recursos. O presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), confirmou o entendimento. “O TCM entende que, pela dependência da Comurg, o projeto não precisa passar pela Câmara. Mesmo assim, o prefeito optou por discutir o plano com os vereadores para explicar como será a reestruturação e o uso dos recursos”, disse. Policarpo ressaltou que a decisão já está consolidada. “Do ponto de vista da Câmara, está batido o martelo: o projeto não precisa ser votado aqui. A reunião foi uma forma de transparência e diálogo com os vereadores”, concluiu. 

Apesar disso, a oposição criticou a falta de convite para participar do encontro. Vereadores do PT, PL e até mesmo do PSDB, como Aava Santiago, não foram chamados. Em sessão plenária, Santiago questionou a exclusão, mas Mabel rebateu, afirmando que o foco da reunião era a produtividade, não as críticas. “Eles só querem criticar. Nossa reunião foi produtiva”, disse o prefeito.

Próximos passos

Com o aval do TCM e o apoio da base aliada, o plano de reestruturação da Comurg deve seguir em frente sem obstáculos. A prefeitura agora trabalha na implementação das mudanças, que incluem a modernização da gestão, a capacitação de funcionários e a ampliação das atividades da empresa. A expectativa é que, até o final do ano, a Comurg já opere com superávit e consolide sua nova fase, marcada pela eficiência e sustentabilidade financeira.