Donovanose: infecção rara que causa feridas genitais
No Brasil, a doença é rara e está em queda, respondendo por cerca de 5% das ISTs
A donovanose é uma infecção sexualmente transmissível rara, causada pela bactéria Klebsiella granulomatis, que pode gerar feridas graves na região genital. A doença exige diagnóstico e tratamento rápidos para evitar sequelas e complicações.
Ela ocorre principalmente em regiões tropicais e subtropicais, como Índia, Papua-Nova Guiné, Caribe, partes da África e no Brasil. A transmissão acontece pelo contato sexual sem proteção ou pelo contato direto com feridas infectadas, mesmo fora do sexo.
No Brasil, a doença é rara e está em queda, respondendo por cerca de 5% das ISTs. A maioria dos casos aparece em regiões quentes do Norte e Nordeste, onde o acesso à saúde é mais limitado.
O sintoma mais comum são lesões na área genital ou anal. Inicialmente, surgem pequenos nódulos que se rompem e formam feridas vermelhas com bordas elevadas, que geralmente não causam dor. Essas feridas crescem devagar e destroem os tecidos locais.
Diferente de outras ISTs que provocam feridas doloridas, a donovanose é indolor, exceto pela sífilis, que também apresenta úlceras sem dor, mas que tendem a desaparecer. As feridas da donovanose só pioram com o tempo.
Sem tratamento, as feridas aumentam, facilitando infecções secundárias e causando deformações permanentes nos órgãos genitais. A destruição dos tecidos pode gerar cicatrizes profundas, estreitamento da uretra, vagina ou ânus e disfunções urinárias e sexuais. Em casos raros, a infecção se espalha para ossos e fígado. Além disso, as feridas abertas aumentam o risco de contágio do HIV.
Para confirmar a donovanose, o médico solicita exame laboratorial das lesões, que revela os “corpos de Donovan”, bactérias presentes dentro das células infectadas.
O tratamento consiste no uso de antibióticos, como azitromicina, doxiciclina ou ciprofloxacino, prescritos por profissionais de saúde. A cura costuma ocorrer após semanas de medicação. Casos graves podem requerer acompanhamento longo e cirurgias para reconstrução.
Quando o tratamento não é feito a tempo, as cicatrizes e deformidades podem prejudicar funções urinárias, sexuais e reprodutivas. Por isso, é fundamental diagnosticar cedo e seguir o tratamento completo. O uso do preservativo continua sendo a melhor forma de prevenir a donovanose e outras ISTs.