Analfabetismo elevado entre quilombolas rurais de Goiás destaca a necessidade da EJA
Programa oferece estrutura para que jovens e adultos retomem os estudos com dignidade
O Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela um cenário alarmante: a taxa de analfabetismo entre quilombolas que vivem na zona rural de Goiás ultrapassa os 22%, mais que o triplo da média estadual, estimada em 6,2%. O dado expõe desigualdades históricas e destaca a urgência de políticas públicas voltadas à inclusão educacional de jovens, adultos e idosos dessas comunidades.
A educação para a população quilombola rural enfrenta barreiras como a distância geográfica de centros escolares, infraestrutura precária e ausência de programas permanentes de alfabetização. Muitas vezes, jovens e adultos dessas comunidades abandonam os estudos precocemente ou sequer têm a oportunidade de iniciar a vida escolar. Nesse contexto, a EJA é uma ferramenta fundamental para o enfrentamento do analfabetismo.
Para os quilombolas, o fortalecimento da modalidade em áreas rurais e remotas é essencial. Mais do que garantir o direito à educação, o acesso à alfabetização proporciona autonomia, acesso à informação, cidadania e melhores condições de vida. Ampliar a oferta da EJA, com respeito às especificidades culturais e territoriais, é um passo decisivo para romper com ciclos de exclusão e promover justiça social.
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Estados com políticas educacionais mais estruturadas já apresentam melhores indicadores. Mato Grosso do Sul, por exemplo, tem uma das menores taxas de analfabetismo do Brasil, com apenas 4,3%. Essa diferença evidencia o impacto que iniciativas públicas consistentes podem ter na transformação da realidade educacional de populações vulneráveis. (Especial para O Hoje)