Goiás aparece com desempenho positivo em diversos indicadores de criminalidade em comparação ao restante do Brasil, segundo o Mapa da Segurança Pública 2025, divulgado nesta quarta-feira (12) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). 

O documento, que reúne dados consolidados de 2024, revela que o Estado tem as menores taxas do País em furtos e roubos de veículos, está fora do grupo com maior número de homicídios dolosos e reduziu significativamente os roubos de cargas, mantendo zerados os crimes contra instituições financeiras.

De acordo com o levantamento, Goiás registrou a menor taxa de furtos de veículos do Brasil: 72,00 ocorrências por 100 mil veículos. A média nacional ficou em 173,52. O número de furtos caiu de 4.454 registros em 2023 para 3.547 em 2024, o que representa uma redução de 20,36%. Além de liderar o ranking nacional, o estado se destacou na Região Centro-Oeste, que tem taxa média inferior à nacional, mas superior à goiana.

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Também no recorte dos roubos de veículos; crimes cometidos com emprego de violência ou grave ameaça; Goiás apresentou o menor índice entre todas as unidades da federação. A taxa registrada em 2024 foi de 14,29 por 100 mil veículos, contra uma média nacional de 102,57. Em números absolutos, o estado passou de 942 registros em 2023 para 704 no ano passado, o que representa uma queda de 25,27%.

Outro dado destacado no relatório é a redução dos roubos de cargas, que passaram de 41 ocorrências em 2023 para 14 em 2024. A queda de 65,85% consolidou o estado entre os que mais combateram esse tipo de crime. Já os roubos a instituições financeiras seguem zerados pelo segundo ano consecutivo em Goiás. Segundo o Mapa da Segurança Pública, a região Centro-Oeste como um todo não registrou esse tipo de ocorrência nem em 2023, nem em 2024, mantendo o status de área livre de ataques a bancos e similares.

Em relação aos crimes contra a vida, Goiás também apresentou melhora. Os homicídios dolosos caíram 11,35% no estado. Foram 890 vítimas em 2024, contra 1.004 no ano anterior. A taxa de homicídios dolosos em Goiás foi de 12,11 por 100 mil habitantes, índice significativamente inferior à média nacional de 16,64. Trata-se da maior redução proporcional de homicídios dolosos registrada entre os estados da região Centro-Oeste.

Apesar da região apresentar a maior taxa nacional de homicídios dolosos, com 28,07 por 100 mil habitantes, Goiás descola da tendência regional ao registrar queda nos assassinatos e apresentar índice inferior tanto à média da região quanto à nacional. O estado também não figura entre os 50 municípios brasileiros com os maiores números de homicídios dolosos, conforme o detalhamento do relatório.

Os dados foram coletados junto ao Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), alimentado pelas Unidades da Federação e validado por técnicos do Ministério da Justiça. As informações abrangem indicadores como crimes letais intencionais, crimes patrimoniais, apreensões, ocorrências de violência sexual, desaparecimentos, suicídios e intervenções policiais.

Dados qualificados

O relatório nacional ressalta a importância do uso de dados qualificados para orientar políticas públicas de segurança. Segundo o MJSP, o avanço na sistematização e padronização das estatísticas criminais tem permitido aos gestores estaduais identificar pontos críticos e adotar medidas com maior efetividade. No caso de Goiás, a utilização de inteligência policial e investimentos em tecnologia, como monitoramento por câmeras e integração entre bases de dados, têm sido apontados como fatores-chave para os resultados obtidos.

Além disso, a manutenção dos baixos índices em crimes como roubo a instituições financeiras indica uma consolidação do cenário de estabilidade e controle de ações criminosas de maior impacto social. O fato de o estado manter esse tipo de crime zerado por dois anos consecutivos é citado pelo Ministério como um marco da eficiência do modelo de segurança adotado.

Com foco na prevenção, o Mapa também serve de instrumento para acompanhar tendências e revisar estratégias. Goiás, que já vinha registrando melhora nos últimos levantamentos, se destaca nesta edição por combinar redução de indicadores, desempenho abaixo da média nacional e liderança em áreas críticas como os crimes patrimoniais, tradicionalmente concentrados em centros urbanos e regiões metropolitanas.