Como desafio de elevar a cobertura vacinal infantil, a cidade de Goiânia tem investido em estratégias de ampliação do acesso. Desde o início de julho, 26 salas de vacinação passaram a funcionar no primeiro sábado de cada mês, uma tentativa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de alcançar pais e responsáveis que não conseguem levar seus filhos aos postos durante a semana. A medida se estende a todas as regiões da Capital e inclui a oferta de imunizantes do calendário nacional infantil, como DTP, tríplice viral, rotavírus e poliomielite.

A decisão vem em resposta à queda persistente nos índices de vacinação em todo o Brasil. Dados do Ministério da Saúde apontam que, apesar de esforços recentes, a cobertura vacinal infantil segue abaixo da meta de 95% em diversas vacinas básicas. O cenário preocupa autoridades sanitárias, especialmente após o Brasil voltar a figurar na lista de países com maior número de crianças sem nenhuma dose da vacina DTP, de acordo com relatório da OMS e Unicef.

Segundo especialistas, a queda na imunização infantil está ligada a múltiplos fatores: a propagação de desinformação, falhas na comunicação pública, dificuldades logísticas e desconfiança de parte da população. A pandemia de covid-19 agravou esse contexto, interrompendo campanhas e afetando a rotina dos serviços de atenção básica. Como reflexo, muitas crianças ficaram com o calendário atrasado ou sequer iniciaram o esquema vacinal.

A iniciativa da SMS de Goiânia busca reduzir essas barreiras com ações práticas e descentralizadas. Os atendimentos aos sábados, segundo a prefeitura, são planejados para alcançar famílias que trabalham em horário comercial ou moram em regiões com maior vulnerabilidade. As unidades também oferecem atualização da caderneta e orientação sobre a importância da imunização.

Além de Goiânia, outras cidades têm adotado campanhas semelhantes para recuperar a confiança nas vacinas e alcançar o público infantil. O foco, agora, é reverter anos de queda e evitar o retorno de doenças já controladas, como sarampo e poliomielite. A ampliação do horário e da cobertura territorial é considerada essencial para garantir que nenhuma criança fique de fora.

Leia mais: Brasil retorna a ranking global de crianças não vacinadas