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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Pouco impacto

Trump tenta punir Moraes — mas ele não tem nem conta nos EUA para bloquear

Sem bens, investimentos ou vínculos financeiros nos Estados Unidos, o ministro do STF Alexandre de Moraes virou alvo de sanções com pouco impacto prático, mas alta carga política

Bruno Goulartpor Bruno Goulart em 30 de julho de 2025
Trump tenta punir Moraes — mas ele não tem nem conta nos EUA para bloquear
Alexandre de Moraes recebe sanções do governo Trump. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

As sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tendem a ter alcance prático limitado, mas já provocam reação dentro da Corte. A punição, baseada na Lei Magnitsky — dispositivo que permite sanções a autoridades estrangeiras acusadas de violar direitos humanos —, inclui o bloqueio de bens e restrições comerciais. No entanto, interlocutores de Moraes afirmam que o ministro não possui contas, investimentos ou patrimônio em solo norte-americano, o que torna ineficaz parte do pacote.

Além disso, Moraes já havia sido impedido de ingressar nos EUA, junto com outros sete ministros do STF, e afirmou a aliados que não tem interesse em viajar ao país.

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Ainda assim, a decisão vai além da figura do ministro: bancos, operadoras de cartão e empresas estão proibidas de realizar qualquer transação vinculada a ele, o que pode dificultar movimentações indiretas no sistema financeiro internacional.

Enquanto o próprio Moraes e o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, optaram pelo silêncio, a única manifestação pública partiu do ministro Flávio Dino, que saiu em defesa do colega por meio das redes sociais. Internamente, a leitura predominante é de que a ação do governo americano, impulsionada pelo presidente Donald Trump, carrega forte conotação política e tenta interferir nas decisões da Justiça brasileira. Há ainda o temor de que outros integrantes do Supremo possam ser incluídos em novas rodadas de sanções.

Nesse contexto, mesmo com alcance prático restrito, a medida é vista como um sinal de pressão externa sobre a atuação do Judiciário, elevando a tensão entre o STF e grupos internacionais alinhados à extrema direita.

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