Combustíveis caem em Goiás em julho, mas diesel pressiona bolsos no Centro-Oeste
Enquanto o etanol recuou 1,37% em julho na região, a gasolina também teve leve redução. Já o diesel comum e o S-10 subiram, refletindo pressões logísticas
O mês de julho trouxe alívio parcial para os motoristas de Goiás. O estado acompanhou a tendência do Centro-Oeste e do País, com redução nos preços médios da gasolina e, principalmente, do etanol, conforme apontado pelo Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL).
Esse levantamento, que se baseia em milhões de transações em mais de 21 mil postos credenciados, mostrou que em Goiás, os preços seguiram essa tendência, segundo a Edenred, influenciados principalmente pela boa oferta de etanol, favorecida pela colheita da safra de cana-de-açúcar no estado e nas regiões vizinhas. A forte produção regional contribuiu para a queda expressiva no valor do biocombustível.
O preço médio do etanol no estado recuou 2,70% em julho, sendo comercializado a R$ 4,32. Já a gasolina apresentou redução de 0,63%, com preço médio de R$ 6,32 nos postos goianos.
No Centro-Oeste o etanol foi o combustível com maior redução, com destaque para a queda de 1,37%, chegando a R$ 4,33. Já a gasolina foi comercializada, em média, a R$ 6,43, valor 0,77% menor que o registrado em junho.
Renato Mascarenhas, Diretor de Rede Abastecimento da Edenred Mobilidade, explica: “O Centro-Oeste apresentou em julho uma tendência de queda acentuada no preço do etanol, influenciada pela forte produção e boa disponibilidade do biocombustível na região. A gasolina acompanhou esse movimento de baixa, seguindo o reajuste do mês passado, oferecendo um alívio para o bolso do consumidor de veículos leves. Contudo o cenário para o diesel é o oposto, com altas registradas tanto para o tipo comum quanto para o S-10.”
Apesar da trégua nos preços da gasolina e do etanol, o diesel registrou aumento. No Centro-Oeste, o tipo comum teve alta de 0,81%, alcançando R$ 6,19. O diesel S-10 teve variação de 0,32%, atingindo R$ 6,26, o maior aumento registrado no País para esse tipo de combustível no período. A explicação, segundo especialistas, está na demanda relacionada à logística agrícola e ao escoamento da produção, atividades intensas na região neste período do ano.
Cenário regional: Centro-Oeste lidera queda no etanol
A queda nos preços dos combustíveis leves foi generalizada no Centro-Oeste, com o etanol liderando o recuo nacional. A análise regional da Edenred Ticket Log mostrou que abastecer com etanol é, atualmente, a melhor opção em todos os estados da região, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental. O biocombustível é considerado uma alternativa de baixo carbono, com menor emissão de poluentes.
Já a gasolina, embora tenha recuado, ainda registra valores relativamente altos na comparação com outras regiões do Brasil, especialmente se considerado o histórico recente.
Panorama nacional: queda generalizada, mas diesel preocupa
No Brasil, o preço médio da gasolina caiu 0,47% em julho, chegando a R$ 6,35 — menor valor desde janeiro. O etanol acompanhou esse movimento com redução de 0,68%, ficando em R$ 4,36, também o menor patamar do ano.
A análise por regiões mostrou que o Centro-Oeste teve os maiores recuos, seguido pelo Sudeste, onde o etanol foi comercializado a R$ 4,23 (-0,70%) e a gasolina a R$ 6,21 (-0,16%). Por outro lado, o Norte teve os preços mais altos do País: R$ 5,20 para o etanol e R$ 6,84 para a gasolina.
Nos estados, o Maranhão se destacou com o maior aumento no preço da gasolina (+0,63%), enquanto o Rio Grande do Norte teve a maior queda (-1,25%). O Rio de Janeiro apresentou a gasolina mais barata do País, a R$ 6,13.
O etanol mais caro foi registrado no Amazonas (R$ 5,48), e o mais barato, em São Paulo (R$ 4,08). No Amapá, o recuo mais expressivo do biocombustível foi de 3,63%.
A análise da Edenred também chama atenção para a importância da escolha do combustível sob a ótica da sustentabilidade. Apesar da gasolina ainda ser mais vantajosa economicamente em muitas localidades, o etanol oferece menor impacto ambiental, reforçando a importância de políticas públicas que incentivem o uso de biocombustíveis.
Com uma base de dados robusta, o IPTL acompanha os preços de combustíveis no Brasil. O índice reflete o comportamento de mais de 1 milhão de veículos, com uma média de oito transações por segundo.