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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Automotivo

Interesse por carros chineses cresce 34% em Goiás e impulsiona vendas de elétricos

Avanço das montadoras da China no Estado reflete na expansão da frota de veículos eletrificados, que já coloca Goiás na 8ª posição do ranking nacional

Letícia Leitepor Letícia Leite em 13 de agosto de 2025
4 abre Jose Cruz ABr
Com participação crescente, Goiás já soma quase 15 mil veículos eletrificados e se consolida como mercado estratégico para montadoras da China. Foto: José Cruz/ABr

O interesse dos goianos por automóveis de montadoras chinesas avançou 34% entre janeiro e julho de 2025, segundo levantamento do Webmotors Autoinsights. O estudo, baseado na quantidade de buscas e visitas registradas na plataforma, inclui modelos novos e usados e compara o período com o mesmo intervalo de 2024.

A liderança nas pesquisas no Estado é da Caoa Chery, responsável por 40,61% do total de buscas. Em seguida aparecem a BYD (37,24%), GWM (13,97%), JAC Motors (5,76%), Zeekr (1,06%), Jaecoo (0,72%), Omoda (0,35%) e GAC (0,29%). A presença de novos players chineses no mercado brasileiro em 2025 ampliou a concorrência, com a entrada de marcas que reforçam a tendência de diversificação da oferta.

Esse movimento está diretamente ligado à expansão dos veículos elétricos no Brasil, segmento no qual as montadoras chinesas são protagonistas. Em Goiás, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (Abve), o Estado ocupa a 8ª colocação no ranking nacional de emplacamentos de veículos eletrificados leves desde 2022, com 14.896 unidades registradas. Isso representa cerca de 4% do mercado brasileiro.

Goiânia também se destaca: são 6.806 veículos eletrificados em circulação, superando capitais como Porto Alegre e Recife. No Centro-Oeste, a participação do mercado é ainda mais expressiva, com 14,8% das vendas nacionais, impulsionadas pelo desempenho de Brasília, segundo maior consumidor do país, com quase 30 mil unidades.

A expansão acontece mesmo diante do aumento recente nos impostos de importação para veículos elétricos, híbridos e híbridos plug-in. Desde julho deste ano, as alíquotas passaram a ser de 25%, 28% e 30%, respectivamente, elevação que faz parte de um cronograma iniciado em 2024 e que deve alcançar 35% para todos os eletrificados até julho de 2026. Apesar disso, dados da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) mostram que os eletrificados representaram 49,8% dos carros importados entre janeiro e maio de 2025.

Para enfrentar o aumento tributário e manter a competitividade, montadoras como BYD, GWM, Caoa Chery e JAC Motors têm investido em fábricas no Brasil, incluindo negociações e operações em estados como São Paulo, Bahia e Goiás. Esses investimentos indicam que o setor busca consolidar a produção local para reduzir custos e acelerar a oferta.

Em Goiânia, um dos motores desse crescimento é o mercado de locação para motoristas de aplicativo. Segundo João Gama, diretor de operações de uma locadora com atuação na capital e em Brasília, 30% da frota elétrica é utilizada por esses profissionais.

“Só entre 2023 e 2024, por exemplo, nós aumentamos a frota de carros elétricos em 525%, passando de 8 para 50 veículos”, afirma. A empresa oferece recarga gratuita durante o período de locação como atrativo, mas ainda esbarra no desafio da infraestrutura de abastecimento.

Além do apelo pela economia de combustível, os veículos eletrificados atraem consumidores interessados em menor impacto ambiental e tecnologia embarcada. Esse perfil se encaixa nas estratégias das montadoras chinesas, que apostam fortemente no design moderno e em equipamentos avançados, consolidando sua presença no Estado.

O cenário aponta que o aumento no interesse pelos carros chineses e o crescimento dos eletrificados em Goiás não são tendências isoladas, mas fenômenos complementares. Com consumidores cada vez mais atentos ao custo-benefício e à sustentabilidade, o Estado se firma como um mercado estratégico para a nova fase da indústria automotiva no Brasil.

Especialistas do setor avaliam que o avanço simultâneo das marcas chinesas e dos elétricos em Goiás não é coincidência, mas resultado de uma mudança estrutural no mercado automotivo brasileiro. 

Com consumidores cada vez mais atentos à relação custo-benefício, à economia no dia a dia e à pegada de carbono reduzida, a expectativa é de que a participação dos eletrificados no Estado ultrapasse 6% já em 2026. Se confirmada, a projeção colocará Goiás em posição de liderança regional e como um dos polos estratégicos para a transição energética no setor de transportes.

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