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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
INVESTIGAÇÃO

Bolsonaro transferiu R$ 2 milhões a Michelle um dia antes de depor à PF, aponta relatório

Polícia Federal detalha repasses de Jair e Eduardo Bolsonaro e uso de contas de familiares para movimentar recursos sob investigação

Thais Airespor Thais Aires em 21 de agosto de 2025
Bolsonaro
Imagem: Isac Nóbrega/PR

A Polícia Federal (PF) apontou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) transferiu R$ 2 milhões para sua esposa, Michelle Bolsonaro, em 4 de junho de 2025, um dia antes de prestar depoimento sobre a atuação de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A operação não foi informada aos investigadores.

Segundo o relatório, Bolsonaro também fez seis transferências por Pix a Eduardo no início do ano, totalizando R$ 111 mil, igualmente omitidas. Além disso, repassou R$ 2 milhões ao filho em maio, valor já confirmado por ele em entrevista.

Quebra de sigilo e movimentações atípicas

A PF afirma que Jair e Eduardo Bolsonaro usaram contas das esposas, Michelle e Heloísa, para disfarçar transferências e evitar bloqueios judiciais determinados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com os investigadores, Eduardo repassou valores para a esposa “como forma de escamotear” os recursos recebidos do pai.

As movimentações foram identificadas após quebra de sigilo bancário e análise de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Para a PF, os repasses buscavam financiar Eduardo, que está nos Estados Unidos desde março, período em que pediu licença de 122 dias da Câmara.

Durante busca na casa do ex-presidente, em julho, foram apreendidos US$ 13.400 em espécie guardados em gavetas. A disposição do dinheiro levantou suspeitas de ocultação de valores.

Leia também: PF divulga áudio de Malafaia para Bolsonaro chamando Eduardo Bolsonaro de “babaca”

Indiciamento e possíveis penas

O relatório aponta que Jair Bolsonaro atuou de forma deliberada para apoiar o filho em ações no exterior contra autoridades brasileiras. Eduardo é investigado por tentar incitar o governo norte-americano a impor sanções ao Brasil e ao ministro Alexandre de Moraes.

A Procuradoria-Geral da República (PGR), comandada por Paulo Gonet, decidirá se oferecerá denúncia. Jair e Eduardo foram indiciados por coação no curso do processo e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Somadas, as penas podem chegar a 12 anos de prisão.

Além deles, o pastor Silas Malafaia também foi alvo de medidas cautelares, incluindo busca e apreensão e retenção de passaporte.

 

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