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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
prisão

STF condena Carla Zambelli a cinco anos de prisão por porte ilegal e constrangimento com arma

Decisão unânime de 9 a 2 encerra julgamento virtual sobre episódio em que deputada perseguiu jornalista com arma de fogo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022

Anna Salgadopor Anna Salgado em 23 de agosto de 2025
STF condena Carla Zambelli a cinco anos de prisão por porte ilegal e constrangimento com arma
Foto: Lula Marques/ EBC

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, por 9 votos a 2, a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) a cinco anos e três meses de prisão pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com uso de arma. A decisão encerrou o julgamento virtual da ação penal envolvendo a parlamentar.

A condenação se refere ao episódio em que Zambelli sacou uma arma e perseguiu o jornalista Luan Araújo, nas vésperas do segundo turno das eleições de 2022, após uma troca de provocações durante ato político no bairro dos Jardins, em São Paulo.

O voto do relator, ministro Gilmar Mendes, prevaleceu e foi seguido pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Edson Fachin, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso. Nunes Marques e André Mendonça divergiram: Marques votou pela absolvição do porte ilegal e desclassificação do constrangimento ilegal, tornando a pena prescrita; Mendonça absolveu Zambelli do porte ilegal e a condenou a oito meses de prisão em regime aberto pelo constrangimento ilegal.

A execução da pena não é imediata, pois ainda cabe recurso ao STF.

Histórico de condenações e prisão na Itália

Esta é a segunda condenação de Zambelli no Supremo. Em julho, ela foi presa na Itália, onde tentava evitar o cumprimento de um mandado de prisão emitido pelo ministro Alexandre de Moraes.

Zambelli possui dupla cidadania e deixou o Brasil em maio, após ser condenada a 10 anos de prisão por invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. Ela também terá de pagar R$ 2 milhões em danos coletivos.

Segundo as investigações, a deputada teria sido a autora intelectual do ataque, que resultou na emissão de um mandado falso de prisão contra Alexandre de Moraes. O hackeamento foi executado por Walter Delgatti, condenado pelo crime, que confirmou ter agido a mando de Zambelli. O governo brasileiro solicitou oficialmente a extradição da deputada à Itália em 11 de junho, pedido enviado pelo Itamaraty.

Defesa se manifesta

Em nota, o advogado Fábio Pagnozzi afirmou que Zambelli está “surpresa e em profundo desacordo” com a decisão e que a condenação será contestada, por violar princípios do devido processo legal e configurar “interpretação extensiva e arbitrária” da competência do STF.

“A deputada reafirma sua inocência e que é vítima de perseguição política, justo às vésperas de seu pedido de extradição, em um julgamento recorde”, disse o advogado.

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