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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
AGOSTO DOURADO

O que poucas mães sabem: fonoaudiologia pode ajudar na amamentação

Campanha nacional de incentivo ao aleitamento materno chama atenção para o papel do fonoaudiólogo na saúde da mãe e do bebê

Thais Airespor Thais Aires em 26 de agosto de 2025
fonoaudiologia

O início da amamentação costuma vir acompanhado de dúvidas e, muitas vezes, de dificuldades para as mães de primeira viagem. O que nem todo mundo sabe é que a fonoaudiologia pode ter um papel decisivo nesse processo, especialmente nos primeiros meses de vida do bebê. Durante o Agosto Dourado, mês dedicado à conscientização sobre o aleitamento materno, profissionais de saúde chamam a atenção para esse tema.

A campanha, reconhecida nacionalmente, tem o dourado como cor simbólica, em referência ao leite materno, considerado padrão ouro na alimentação infantil. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os bebês devem ser alimentados exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade e, de forma complementar, até os dois anos ou mais. No entanto, dados apontam que apenas metade das crianças recebe a amamentação ainda na primeira hora de vida.

Avaliação e orientação nos primeiros dias

Para tornar o processo de amamentar mais eficiente, o acompanhamento de uma equipe multiprofissional é fundamental. Nesse contexto, o fonoaudiólogo tem papel importante, embora muitas famílias ainda não conheçam sua atuação.

A fonoaudióloga Alessandra Santos, do Hospital Mater Dei Goiânia, explica que o profissional avalia funções orais que impactam diretamente a amamentação. “A sucção, a deglutição e a respiração precisam estar bem coordenadas. A fonoaudiologia contribui para fortalecer o vínculo entre mãe e bebê, promovendo uma amamentação mais tranquila e saudável”, afirma.

Entre as dificuldades mais comuns relatadas pelas mães estão a pega incorreta do seio, dor ou ferimentos nos mamilos, problemas de sucção e até baixa produção de leite. Nesses casos, o acompanhamento especializado ajuda a identificar falhas e propor ajustes.

Segundo Alessandra, sinais de um posicionamento adequado podem ser observados durante a mamada. “O bebê deve pegar o seio com a boca bem aberta, cobrindo boa parte da aréola. Os lábios ficam virados para fora, lembrando uma boquinha de peixe. A mãe não deve sentir dor ou desconforto. Se houver dor persistente, é possível que a pega esteja incorreta”, explica.

O posicionamento da mãe também merece atenção. De acordo com a especialista, é importante que a mulher esteja confortável, com corpo bem apoiado, enquanto o bebê permanece alinhado, com cabeça, pescoço e tronco ajustados. Essa postura previne fissuras nos mamilos e torna a sucção mais eficiente.

Leia também: O papel do leite na cultura alimentar brasileira vai além do copo

Intervenções que fazem diferença

A fonoaudiologia também pode auxiliar em casos de alteração do frênulo lingual, conhecido como língua presa, que dificulta a sucção adequada. A identificação precoce e o acompanhamento profissional garantem que a amamentação seja possível tanto para bebês nascidos a termo quanto para prematuros.

“O fonoaudiólogo pode ensinar técnicas específicas, como ajustes na posição do bebê, estímulo da sucção correta e cuidados com a respiração durante a mamada. Também pode orientar sobre a baixa produção de leite, contribuindo com exercícios que envolvem a musculatura orofacial”, detalha.

Além disso, a especialista reforça que buscar apoio profissional é essencial. “A amamentação é difícil para a grande maioria das mães. Buscar ajuda de profissionais de saúde, grupos de apoio ou bancos de leite é fundamental. Cada gota de leite importa, seja a amamentação exclusiva, mista ou em menor quantidade”, finaliza Alessandra.

De acordo com a OMS, ampliar o conhecimento sobre o aleitamento e oferecer suporte especializado às mães pode contribuir para melhorar os índices de amamentação no Brasil. Nesse cenário, a fonoaudiologia ganha cada vez mais espaço como área de apoio indispensável nos primeiros meses de vida.

 

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