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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
7 de setembro

Esquerda e direita realizam atos nas ruas de Goiânia em meio a julgamento de Bolsonaro

Mobilizações de ambos os campos políticos se intensificam no Dia da Independência, marcado por atos de bolsonaristas e progressistas, enquanto o Supremo julga ex-presidente e aliados por tentativa de golpe

Bruno Goulartpor Bruno Goulart em 2 de setembro de 2025
Esquerda e direita realizam atos nas ruas de Goiânia em meio a julgamento de Bolsonaro
Atos acontecem na Praça do Trabalhador e Praça do Sol. Fotos: Tomaz Silva/Foto José Cruz/ABr

Bruno Goulart

O feriado de 7 de Setembro, em Goiânia, deve ir muito além do desfile cívico. Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus da ação penal, acusados de integrar o núcleo central da tentativa de golpe de Estado, direita e esquerda organizam manifestações para marcar presença no Dia da Independência do Brasil. 

De um lado, aliados de Bolsonaro tentam levar às ruas do Brasil multidões para defender a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, além de pressionar o STF e manter vivo o capital político de Bolsonaro em um momento de fragilidade. A convocação tem sido forte nas redes sociais. O deputado federal Gustavo Gayer (PL) prometeu um evento “gigante” em Goiânia e no Brasil. 

Na Capital, a concentração está marcada para as 9 horas, na Praça do Sol, no Setor Oeste. O chamado é reforçado por nomes de peso da direita, como o presidente do PL goiano, senador Wilder Morais. Nas redes sociais, o líder do partido no Estado escreveu: “Pela verdade, pela liberdade e pelo futuro dos nossos filhos, vamos mostrar que o povo brasileiro não se cala diante das injustiças”.

Do outro lado, partidos progressistas, centrais sindicais e movimentos populares articulam um ato unificado com o tradicional Grito dos Excluídos e das Excluídas, que chega à sua 31ª edição. A concentração será às 8h30, na Praça do Trabalhador (antiga Estação Ferroviária), e terá como lema “Cuidar da casa comum e da democracia é luta de todo dia”. Além da crítica ao modelo econômico baseado no lucro em detrimento da vida e da preservação ambiental, os organizadores defendem pautas como soberania nacional, justiça tributária e redução da jornada de trabalho. O evento também abrigará a campanha do Plebiscito Popular 2025, que recolhe votos on-line e presenciais sobre o fim da escala 6×1 e a cobrança de mais impostos para quem ganha acima de R$ 50 mil mensais.

Leia mais: Bolsonaro não acompanha julgamento no STF por recomendação médica

Essa coincidência de agendas no feriado nacional dá ao 7 de Setembro um tom de confronto simbólico. Mais do que comemorar a independência, os dois blocos pretendem demonstrar força política em um momento onde o País se divide – mais uma vez. Para a direita, trata-se de defender Bolsonaro diante das acusações de crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e deterioração de patrimônio público tombado. Para a esquerda, o objetivo é ocupar as ruas com uma pauta social e democrática para reforçar que a democracia deve ser defendida diariamente contra ameaças autoritárias.

O julgamento

Vale lembrar que a fase final do julgamento no STF começa justamente nesta semana, com sessões agendadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. O caso será analisado pela 1ª Turma da Corte, composta pelos ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux. A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que os réus formavam o núcleo estratégico da tentativa de golpe, ainda que tenham aderido ao plano em momentos distintos.

A Secretaria-Geral da Presidência do STF orientou que servidores e colaboradores trabalhem remotamente durante o julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus na ação sobre tentativa de golpe de Estado, com a permissão da presença apenas de funcionários essenciais e com protocolos de segurança. A Corte também determinou o fechamento da Praça dos Três Poderes, com acesso controlado, uso obrigatório de crachá e áreas restritas ao público externo, além de reforço na segurança durante as sessões. (Especial para O HOJE)

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