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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Trânsito

Paço enfrenta ameaça da paralisação dos radares por falta de pagamento

Consórcio Anhanguera Segurança pode suspender operação nesta sexta (5) após atraso de mais de 130 dias nos pagamentos

Renata Ferrazpor Renata Ferraz em 4 de setembro de 2025
11 abre Raimundo Benicio
Foto: Raimundo Benício

Após quase 9 meses desligados, os radares eletrônicos de Goiânia voltaram a operar em abril de 2025, gerando alívio entre motoristas, pedestres e autoridades de trânsito. No entanto, a operação novamente corre risco. O Consórcio Anhanguera Segurança, responsável por parte dos radares eletrônicos da Capital, notificou oficialmente a prefeitura sobre a possibilidade de suspender os serviços já a partir desta sexta-feira (5).

Segundo a empresa, a decisão é motivada pelo atraso no pagamento das medições realizadas entre março e julho de 2025, acumulando mais de 130 dias de inadimplência.

O consórcio opera os lotes 1 e 3 do contrato de fiscalização eletrônica, que incluem a região sul de Goiânia e a gestão do Centro de Controle Operacional (CCO), inaugurado em março. Se a operação for interrompida, importantes corredores de tráfego serão afetados, incluindo Avenida Laguna, Parque Amazônia; Avenida Guarapari com Rua do Salmão, Jardim Atlântico; Avenida Prof. Alfredo de Castro, Setor Chácara do Governador; e Avenida Alexandre de Morais com Avenida Padre Orlando de Morais. 

A suspensão comprometeria diretamente a segurança de motoristas e pedestres, além de impactar a arrecadação municipal com multas por avanço de semáforo e excesso de velocidade.

Em nota, a Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET) informou que negocia prorrogação de prazo com o consórcio. “A SET trabalha junto com representantes das empresas responsáveis pelos contratos de fiscalização eletrônica para alinhar as medições dos lotes contratados. Esse trabalho de ajustes está sendo feito para evitar erros e garantir que os pagamentos sejam efetuados corretamente. 

Assim, a SET solicitará dilação de prazo, assegurando que os pagamentos sejam realizados tão logo o alinhamento seja finalizado”, declarou a pasta. A secretaria destacou ainda que prioriza a manutenção da operação regular dos radares para proteger motoristas e pedestres.

O histórico da fiscalização eletrônica na Capital mostra a complexidade do problema. Desde 14 de junho de 2024, os radares semafóricos permaneceram desligados devido ao impasse com a empresa Eliseu Kopp, responsável pela operação desde 2017. Durante o período de inatividade, a cidade enfrentou aumento de infrações de trânsito e maior risco de acidentes em cruzamentos movimentados. 

A retomada em 31 de março de 2025, após instalação de novos equipamentos e criação do CCO, permitiu monitoramento de avanço de semáforo e excesso de velocidade, reforçando a segurança e retomando a arrecadação municipal perdida durante meses de paralisação.

Segundo o especialista em mobilidade urbana Marcos Rothen, a ausência dos radares pode resultar em aumento da imprudência dos motoristas. “Em avenidas, o excesso de velocidade e o desrespeito aos sinais vermelhos podem comprometer a segurança e aumentar os riscos no trânsito”, afirma.

Rothen também destaca que, assim como em 2024, quando a Capital não tinha fiscalização de radares, o número de acidentes e riscos no trânsito aumentou significativamente. “Se isso voltar a ocorrer, podemos ter maior liberdade para infrações, elevando novamente o risco de acidentes”, alerta.

A população também pode sentir o impacto direto. Moradores de bairros como Parque Amazônia e Jardim Atlântico já temem o aumento de veículos em alta velocidade, o que pode colocar em risco pedestres e ciclistas, especialmente em horários de pico.

O consórcio alerta que a inadimplência pode inviabilizar a operação de todo o sistema, incluindo o monitoramento feito pelo CCO. Além disso, a suspensão prejudicaria a emissão de autuações de trânsito, afetando a arrecadação municipal e o planejamento de melhorias urbanas. 

A reportagem entrou em contato com o Consórcio Anhanguera Segurança para esclarecimentos sobre a possível suspensão dos radares, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria, mas o espaço segue aberto.

Enquanto prefeitura e a empresa tentam alinhar pagamentos e medições, motoristas e pedestres permanecem atentos à situação. A continuidade da fiscalização eletrônica é essencial não apenas para a segurança viária, mas também para garantir que Goiânia não retorne a um período de paralisação prolongada que já causou prejuízos significativos à população e aos cofres públicos.

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