Crescimento do turismo reforça papel estratégico de cidades goianas na economia
Recorde histórico no Aeroporto de Goiânia, dados do Ministério do Turismo e desempenho de destinos como Caldas Novas, Pirenópolis e Rio Quente reforçam o papel estratégico do setor para o desenvolvimento do Estado
Durante o mês de julho de 2025, o Aeroporto de Goiânia registrou um movimento sem precedentes em sua história: 373.905 passageiros passaram pelo terminal, de acordo com dados da Motiva, concessionária responsável pela administração, o número representa um crescimento de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior. Fundado em 1955, o aeroporto nunca havia alcançado tal volume em um único mês.
Do total, 188.170 passageiros desembarcaram e 185.735 decolaram. O saldo, com mais chegadas que partidas, indica o fortalecimento de Goiânia como destino turístico e de negócios, mas também como porta de entrada para os atrativos do interior do Estado. “Esse aumento histórico no número de desembarques reforça a vocação de Goiânia como destino turístico de negócios e também como porta de entrada para os diversos atrativos da nossa região. Mais visitantes chegando significam hotéis, bares e restaurantes movimentados, consolidando o turismo como um dos motores da nossa economia”, avaliou o presidente da Goiás Turismo, Roberto Naves.
O terminal mantém voos diretos para os principais aeroportos do País como Guarulhos, Congonhas, Viracopos, Galeão, Brasília e Confins e, durante julho, ampliou temporariamente a malha para destinos turísticos do Nordeste, incluindo Salvador e João Pessoa. Para o gerente do Aeroporto de Goiânia, Wander Mello Jr., o recorde evidencia tanto a força do setor aéreo quanto a eficiência da operação local.
Quatro municípios goianos lideram ranking nacional de turismo e geração de empregos
Levantamento do Ministério do Turismo divulgado em dezembro de 2024 mostrou que Goiás conta com quatro cidades na categoria A do Mapa do Turismo Brasileiro, que reúne os destinos de maior fluxo de visitantes e geração de empregos no setor: Caldas Novas, Rio Quente, Pirenópolis e Goiânia. Os municípios goianos dividem espaço com referências nacionais como Gramado (RS), Porto Seguro (BA) e Campos do Jordão (SP).
De acordo com a pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), os quatro municípios goianos de categoria A somavam, em 2021, 276 estabelecimentos de hospedagem, responsáveis por mais de 6 mil empregos diretos e R$ 11 milhões em arrecadação tributária.
O caso de Rio Quente é emblemático: com pouco menos de 4 mil habitantes, o município registrou sozinho R$ 5,1 milhões em arrecadação de tributos e quase 2 mil empregos formais no setor, segundo o mesmo levantamento. O dado reforça a relevância econômica de uma cidade que, proporcionalmente, depende diretamente do turismo.
Sede de um dos maiores complexos turísticos da América do Sul, Rio Quente recebe visitantes atraídos pelas águas naturalmente aquecidas, que brotam a cerca de 37,5ºC. O Parque das Fontes, aberto 24 horas, é considerado o coração da cidade, reunindo duchas, ofurôs e piscinas cercadas pela vegetação nativa do Cerrado. Outro destaque é o Hot Park, o primeiro parque aquático do Brasil a operar em dois destinos distintos.
Somente no primeiro semestre de 2025, um resort no município contabilizou 270 mil diárias vendidas, com 725 mil hóspedes, além de 257 mil visitantes no parque aquático. O saldo é expressivo: 982 mil pessoas circularam pela cidade em apenas seis meses, um número quase 250 vezes maior que sua população fixa.
Diversidade de destinos consolida Goiás como polo estratégico do turismo
Caldas Novas, vizinha de Rio Quente, reforça a vocação regional das águas termais e amplia a rede hoteleira que, em conjunto, coloca a região entre os principais destinos do turismo de lazer do País. Já Pirenópolis, que voltou à categoria A do ranking nacional, alia a preservação histórica ao ecoturismo, consolidando-se como opção para quem busca experiências culturais e contato com a natureza.
Goiânia, por sua vez, desponta como destino urbano em ascensão. Além de ser ponto estratégico de chegada, a Capital tem fortalecido sua gastronomia, com a abertura de restaurantes de grande porte no último ano, atraindo tanto turistas de negócios quanto visitantes em busca de experiências gastronômicas sofisticadas.
Com recordes de movimentação aérea, indicadores nacionais favoráveis e a diversificação de destinos, Goiás demonstra que o turismo está entre os pilares de sua economia. O desafio, segundo especialistas, é equilibrar o crescimento do setor com políticas de sustentabilidade, formalização profissional e qualificação de mão de obra.
O cenário, no entanto, é otimista: com municípios pequenos como Rio Quente alcançando impacto econômico relevante, e cidades maiores como Goiânia e Caldas Novas ampliando sua capacidade de atração, o turismo se projeta como uma das engrenagens mais potentes do desenvolvimento goiano nos próximos anos.