Indústria goiana volta a crescer, impulsionada por alimentos e veículos
Produção estadual sobe 0,5% após duas quedas seguidas, enquanto cenário nacional mostra perda de fôlego
A produção industrial de Goiás apresentou recuperação em julho, com alta de 0,5% frente ao mês anterior, segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado interrompeu duas quedas consecutivas registradas em maio (-1,4%) e junho (-1,8%).
Na comparação com julho de 2024, a indústria goiana avançou 2,0%, consolidando o quarto crescimento seguido nessa base de análise. No acumulado do ano, o setor registra aumento de 1,0%, e em 12 meses, leve alta de 0,1%.
O desempenho positivo foi puxado principalmente pela fabricação de produtos alimentícios, que cresceu 6,0%, e pelo setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, que apresentou salto expressivo de 39,6% em relação a julho do ano passado. Entre os produtos que mais contribuíram para a expansão estão carnes bovinas frescas ou refrigeradas, aves congeladas, rações para animais e automóveis a combustíveis tradicionais ou flex.
Por outro lado, alguns segmentos pressionaram negativamente o índice, com destaque para a forte retração na fabricação de máquinas e equipamentos (-62,3%), além da queda na produção de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis (-1,6%).
No Brasil, o setor industrial recuou 0,2% em julho frente ao mês anterior, após estabilidade em junho. Sete dos 15 locais pesquisados acompanharam esse movimento de retração, entre eles Paraná (-2,7%), Bahia (-2,6%) e Minas Gerais (-2,4%). Em contrapartida, estados como Espírito Santo (3,1%), Rio Grande do Sul (1,4%) e São Paulo (0,9%) apresentaram avanços, ao lado de Goiás.
De acordo com o analista da pesquisa, Bernardo Almeida, a conjuntura macroeconômica ajuda a explicar as oscilações do setor. “Juros altos acarretam diretamente no encarecimento do crédito, no comprometimento da tomada de decisões de investimento das empresas e de consumo das famílias. A consequência disso recai sobre a cadeia produtiva, que acaba arrefecendo a produção de forma a adequá-la a essa conjuntura atual”, avalia.