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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Goiás

Base congestionada pode abrir espaço para oposição em 2026

Vice-governador Daniel Vilela (MDB) terá problemas para alocar aliados, que podem encontrar refúgio no ex-governador Marconi Perillo (PSDB) ou no senador Wilder Morais (PL) 

Thiago Borgespor Thiago Borges em 23 de setembro de 2025
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Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado, Reprodução/Facebook e Divulgação/Secom

A pouco mais de um ano para a disputa eleitoral de 2026, não é novidade que as articulações e negociações já estão a todo vapor nos bastidores, onde a política real acontece. O cenário atual vislumbrado em Goiás aponta para quatro frentes: o grupo que comanda o Palácio das Esmeraldas, chefiado pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e o vice-governador Daniel Vilela (MDB); a ala ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), liderada pelo senador Wilder Morais (MDB); o grupo político do ex-governador Marconi Perillo (PSDB); e o setor progressista, próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Apesar das diferenças ideológicas entre os grupos — com exceção dos grupos caiadista e bolsonarista, que mantêm correntes similares — , o cenário atual aponta para um imbróglio. A avaliação positiva da gestão Caiado trouxe muitos aliados para a base governista, que ostenta uma aliança com envergadura política no Estado. O problema é: ninguém vai querer abrir mão de disputar os cargos eletivos no pleito eleitoral.

A base robusta já conta com nomes consolidados que devem disputar a Câmara dos Deputados, como o do presidente do Detran-GO e vice-presidente estadual do União Brasil, Delegado Waldir; o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (União Brasil); e o presidente da Goinfra, Pedro Sales. Além disso, o ex-prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale (União Brasil), também cotado para a vice de Daniel, e o deputado federal Célio Silveira (MDB) estão entre os nomes que devem disputar um mandato na Casa Baixa. A deputada federal Silvye Alves (União Brasil) também entra na equação, porém, seu futuro é incerto. Recentemente, a parlamentar afirmou que está de saída da legenda.

Com tantos postulantes, a base ainda pode abrigar novos nomes. O deputado federal Daniel Agrobom (PL) é um dos postulantes a embarcar no projeto de Vilela. O parlamentar tem conversas para se juntar ao MDB. Além dele, a deputada federal Lêda Borges (PSDB) pode aderir ao grupo governista, com a possível ida para o União Brasil. Na contramão, a deputada federal Marussa Boldrin pode estar de saída do MDB de Vilela para o PSDB de Marconi.

Base congestionada

Para o mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Lehninger Mota, o cenário de congestionamento na base caiadista é “natural”. “Quando você tem uma estrutura de governo, muitos atores políticos e partidos que analisam que essa estrutura é favorita, todo mundo quer estar junto. Isso aconteceu em vários momentos, inclusive no governo do Marconi, quando muitos deputados e senadores buscavam participar do ‘chapão’ acreditando na força do governo”, destacou o especialista.

O fenômeno abre uma brecha para os desafiantes do grupo governista. Apesar de possuir a máquina pública e as melhores condições de ser eleito, Daniel terá o contraponto nas figuras das candidaturas de Marconi e Wilder — que terão espaço de sobra para abrigar aliados, ao contrário do vice-governador.

“A base não tem vaga para todo mundo. Isso, naturalmente, abre conversas de parte da base governista com a oposição, centralizada no senador Wilder Morais, que tem a força da direita, e no Marconi Perillo, que tem uma vasta experiência em Goiás. É normal e natural que muitos pleiteiam um cargo na base, mas vendo que não irá conseguir, procuram a oposição para conseguir realizar seu projeto de ser candidato. Até as convenções é muito provável que a base do governador Caiado esteja menor do que está hoje”, avaliou Mota. (Especial para O HOJE)

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