A Câmara dos Deputados decidiu, nesta terça-feira  (23), encaminhar ao Conselho de Ética um pedido de suspensão de três parlamentares que participaram do motim bolsonarista no início de agosto. A ação, que paralisou votações no plenário por dois dias, resultou em representações contra os deputados federais Marcos Pollon (PL-MS), Zé Trovão (PL-SC) e Marcel van Hattem (Novo-RS).

O pedido da Mesa Diretora segue parecer da Corregedoria Parlamentar, divulgado na última sexta (19). O relator Diego Coronel (PSD-BA) apontou que os três tiveram papel central na obstrução. Segundo o documento, Trovão chegou a tentar impedir fisicamente o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de reassumir a condução dos trabalhos, enquanto Pollon e Van Hattem resistiram a deixar a cadeira da presidência.

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Inicialmente, Coronel sugeriu 120 dias de suspensão para Pollon e 30 para os demais. No entanto, a Mesa Diretora decidiu unificar a recomendação, ao fixar 30 dias para cada um. A proposta também prevê censura escrita aos três e a outros 11 parlamentares, entre eles Bia Kicis (PL-DF), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ).

O motim

O motim durou mais de 30 horas e ocorreu em resposta à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL). Os aliados do ex-presidente ocuparam as mesas da Câmara e do Senado e exigiram anistia, fim do foro privilegiado e impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Após o episódio, oposição e Centrão passaram a negociar a chamada PEC da Blindagem, aprovada na semana passada, que torna mais difícil a prisão de deputados e senadores. (Especial para O HOJE)